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Resistência libanesa comemora 10 anos da vitória

Uma concorrida solenidade marcou na noite de ontem (25) as comemorações no Brasil do 10° aniversário da vitória da Resistência libanesa contra a ocupação israelense. Centenas de pessoas estiveram presentes ao ato político realizado na Mesquita do Brás.

O ato contou com a participação de representantes da sociedade civil, políticos, religiosos, entidades árabes no Brasil e do corpo diplomático. Tomaram a palavra o embaixador do Irã no Brasil, Dr. Mohsen Shaterzadeh, os cônsules gerais do Líbano e da Síria em São Paulo, Joseph Sayah e Ibrahim Isa, e clérigos de todas as confissões religiosas do mundo árabe – muçulmanas (xiita e sunita) e cristãs (maronita e ortodoxa).

A comunidade árabe estava representada também pelo presidente da Federação das Entidades Árabes do Brasil – SP (Fearab-SP), Eduardo Elias, H. Murad, do Conselho Superior Islâmico, Bilal Jomaa, da Associação Beneficente Islâmica do Brasil, Ahmed Serrieh, presidente do Centro Cultural Árabe Sírio e Abdulhamid Ali, do Partido Baath da Síria.

Do mundo político, compareceram o deputado estadual Said Mourad (PSC),a vereadora Miriam Athiê (PPS) e o jornalista José Reinaldo Carvalho, secretário de Comunicação do PCdoB.
Os hinos nacionais do Brasil e do Líbano foram executados pela Banda de Música da Polícia Militar de São Paulo. Poetas libaneses recitaram versos em homenagem aos mártires da Resistência, seguidos da projeção de imagens da guerra de resistência libanesa contra a ocupação israelense e de comícios perante gigantescas multidões do líder do Hezbolá, Sayed Hasan Nasralah. Ao final ouviam-se os fortes acordes do hino da Resistência.

O valor da Resistência

A tônica da solenidade foi a luta pela paz, a afirmação da independência do Líbano, a libertação nacional e a vitória sobre o ocupante sionista, uma potência que se julgava invencível, mas foi batida no campo de batalha. Muitos oradores homenagearam o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo papel que ele tem desempenhado em favor da causa árabe e em particular pelas suas recentes iniciativas diplomáticas quanto à questão nuclear iraniana.

“Foi uma festa de congraçamento e unidade nacional libanesa”, disse o dirigente comunista José Reinaldo Carvalho, “uma exaltação à Resistência do povo que foi capaz de triunfar sobre a agressão sionista e os planos de dominação do imperialismo norte-americano na região do Oriente Médio”, ressaltou.

Representante de Ahmadinejad

O embaixador iraniano, cuja fala foi ovacionada, declarou que “o mundo atual entrou no período de nova ordem”. O representante do presidente Ahmadinejad no Brasil enfatizou a “morte do unilateralismo e a emergência de novos poderes no cenário mundial” , como características da nova época. Destacou o valor da Resistência – “uma corajosa batalha que levou o inimigo traidor, o sionismo, ao fracasso vergonhoso e demonstrou ao mundo inteiro o desastre de Israel”. O embaixador Shaterzaden referiu-se também à Resistência palestina e defendeu a instauração da “governança dos oprimidos”.

O cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah, enalteceu a Resistência e a vitória do seu povo. E afirmou a necessidade de reforçar a união nacional.

O cônsul-geral da Síria, Ibrahim Isa, destacou que a vitória em 2000 contra o inimigo sionista foi o resultado de uma “luta travada por homens inteligentes e bravos”. Reiterou que a Síria é aliada do Irã, apoia a Resistência libanesa e palestina e dá respaldo ao Hezbolá, a força que foi capaz de conquistar a primeira vitória para o mundo árabe contra Israel. “O Hezbolá é uma espinha na garganta do estado sionista de Israel”, acentuou.

Papel do Hezbolá

O dia 25 de maio é lembrado pelo povo libanês como o dia da libertação. Há dez anos, Israel, a maior potência bélica do Oriente Médio, foi obrigada a retirar-se do sul do Líbano, encerrando 22 anos de ocupação, que causou a morte de cerca de 20 mil libaneses e mil israelenses, além de mil libaneses do Exército do Sul do Líbano, uma milícia formada por mercenários utilizados como escudo por Israel.

A vanguarda da Resistência libanesa foi o Hezbolá. Em julho e agosto de 2006, novamente Israel atacou o Líbano, com maciços bombardeios sobre o sul do Líbano e a capital, Beirute. De novo a ofensiva israelense foi derrotada pela Resistência comandada pelo Hezbolá.

Da Redação