Guajajaras exigem melhorias em aldeias

SÃO LUÍS – Índios da etnia Guajajara fazem reivindicações por melhorias, principalmente, no atendimento médico de suas aldeias. Desde quinta-feira (28), índios da aldeia Lagoa Vermelha, em Arame, fazem três funcionários da Funasa reféns. Já em Amarante, na Terra Indígena Ararigoia, índios detiveram um ônibus da empresa Amarantina, que faz linha pelo local. Esses, no entando, não fizeram nenhum dos passageiros reféns, liberando-os.

A situação na aldeia Lagoa Vermelha continua a mesma, ainda sem negociação. De acordo com informações da Funasa e da Funai, eles estão querendo solucionar o problema do atendimento de saúde, que está precário e passa por um imbróglio há algum tempo. Segundo a Funai, ainda não houve acordo em relação ao convênio para o estabelecimento do atendimento médico na região. "Lá há duas 'facções' da tribo que querem fazer o atendimento médico do local. Enquanto essa decisão não sai, a Funasa colocou um carro de atendimento no local, mas que não está satisfazendo os índios. Já fizemos três reuniões, mas nunca chega-se a um acordo. Mas agora a responsabilidade é inteiramente da Funasa", explica Cristóvão Marques, chefe de Serviços na Funai em Imperatriz (MA).

Ararigoia

O caso na Terra Indígina de Ararigoia, no município de Amarante, está relacionado à conclusão do programa de eletrificação rural na região e, também, à melhoria no atendimento médico. Segundo o técnico da Funai que está responsável pelas negociações, Belair Sousa, o problema se resume, no momento, apenas a um posicionamento da Cemar – responsável pela execução do projeto – e da Funasa, que é responsável pelo atendimento médico nas aldeias.

Essa é a terceira manifestação que os índios fazem reivindicando a eletrificação na região. A primeira ocorreu em 2007, na qual eles interditaram uma ponte e que a Cemar fez cerca de 30 km de ligações. Em 2009, os índios também fizeram algumas pessoas reféns reclamando do atendimento médico.

Desta vez, os indígenas guajajaras querem a conclusão do projeto de eletrificação e atendimento médico. Segundo Belair Sousa, os índios estão isolados sem acesso à saúde.

A reivindicação dos índios passa pela conclusão dos projetos Barreiro e Logoa Comprida, que atenderá com energia elétrica 22 aldeias da terra indígena, com 1.400 índios e 262 famílias.

A Cemar informou que já foram executados levantamentos na área da aldeia de Barreiros, e, ainda, esta semana, concluirá o projeto de eletrificação da área. A Cemar disse, também, que as obras estão previstas para começar a partir do segundo semestre desse ano.

Fonte: Imirante