Luciana debate participação da mulher na política

A participação feminina nos espaços de poder é um dos caminhos para enfrentar a histórica desigualdade vivida pelas mulheres em relação aos homens e evidenciada através dos diversos indicadores sociais.

Luciana Santos

Eixo do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, o tema será alvo de debate na próxima quarta-feira (9), às 18h, no Auditório do Sintepe, em evento que terá como palestrantes a ex-prefeita de Olinda Luciana Santos e a pesquisadora do SOS CORPO e do Instituto Feminista para a Democracia, Betânia Ávila.

Esta é a uma da série de cinco palestras destinadas a elevar a consciência e atuação política das mulheres na defesa de seus direitos, numa iniciativa que faz parte do Projeto “Mulher, mais política, mais poder”, desenvolvido pela União Brasileira de Mulheres. No Recife, o projeto busca capacitar 50 mulheres como agentes multiplicadoras em um curso de formação política, mas a coordenadora da UBM, Márcia Ramos, ressalta que o evento desta semana é aberto ao público e deve despertar o interesse de homens e mulheres

Mais política, mais poder

O voto feminino só foi estabelecido no Brasil pelo Código Eleitoral de 1932 e incorporado à Constituição Federal em 1934. Contudo, a obrigatoriedade plena do voto para todas as mulheres nos mesmos termos que para os homens só foi instituída pela constituição de 1946.

Nas últimas eleições, as mulheres nordestinas se destacaram, tanto como eleitoras quanto como candidatas. Dos 130.603.787 de eleitores brasileiros aptos a votar nas eleições municipais, 35.373.148 (27%) estavam no nordeste. Esta é a segunda região com maior quantidade de votantes, só perdendo para o Sudeste, que tem 56.915.973 de eleitores (43,5%). Dos 35.373.148 votantes da região, 18.424.915 ou 52% são mulheres. Entre os 4 estados com eleitorado feminino mais expressivo (mais de 52% de mulheres), dois estão no Nordeste: Ceará e Pernambuco. Mesmo assim, o número de eleitas ainda é reduzido.

A União Brasileira de Mulheres considera que as eleições deste ano constituem uma oportunidade extraordinária de incluir mais mulheres na política. O Brasil está entre os 60 países com pior participação feminina no parlamento, com menos de 9% do total de deputados federais. Este quadro precisa mudar.

“Maior representação nos espaços de poder potencializa o papel da mulher na sociedade e é condição essencial para um novo projeto nacional de desenvolvimento. Só com o voto feminino, consciente e sem tutela, o nosso país será capaz de se tornar uma nação verdadeiramente democrática, forte e soberana”, defende Márcia Ramos.

Fonte: Site do Vereador Luciano Siqueira