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PCdoB lança nota sobre anticomunismo na Polônia

O anticomunismo ronda a Polônia. Neste dia 08 de junho entra em vigor na Polônia uma lei que proíbe e criminaliza o uso dos tradicionais símbolos do movimento operário internacional, como a estrela vermelha, a foice e o martelo. Quem ousar tremular uma bandeira vermelha com a foice e o martelo ou for encontrado usando um broche com a estrela vermelha, será penalizado com multas e poderá ser preso por até dois anos.

Trata-se de mais capítulo dos esforços realizados pela conservadora classe dominante polonesa para criminalizar a ideologia da transformação social – o comunismo. Em 2006 a coalizão de extrema direita (composta pelos partidos Lei e Justiça, Auto Defesa e Liga das Famílias Polacas), aprovou-se uma lei que tornava obrigatório que todas as pessoas nascidas antes de 15 de maio de 1972 declarassem se colaboraram com o regime socialista da então Republica Popular da Polônia. O objetivo era emitir um certificado de “pureza política”, retirando de funções públicas as pessoas que tiveram algum tipo de envolvimento com o período socialista.

A lei, por exemplo, transformava heróis poloneses, como os membros da conhecida Brigada Dombrowski, que combateu o regime fascista de Franco na Espanha, em criminosos.

A lei que entra em vigor neste dia 08 de junho lembra-nos o período do “marcartismo” nos EUA, as ações do regime militar no Brasil e em outros países da América Latina, as leis similares aprovadas na Alemanha de Hitler, na Espanha de Franco e em Portugal de Salazar.

Este episódio representa uma clara violação dos direitos civis e políticos que a União Européia tanto brada por defender em outras partes do mundo. É uma transgressão à Convenção Européia dos Direitos do Homem e ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos das Nações Unidas. Torna evidente o quanto é hipócrita o discurso do pluralismo, do “antitotalitarismo”, das liberdades democráticas, que realiza a União Européia contra países da América Latina, da Ásia e da África. Quando um país membro da União Européia, como neste caso a Polônia, comete ações que nos fazem lembrar dos tempos do obscurantismo, o que
vemos de suas autoridades é o silêncio cúmplice.

Polônia terá eleições no próximo dia 20 de junho.

Em meio à grave crise política e econômica pela qual passa a Europa, temos visto o crescimento de fenômenos reveladores das forças conservadoras e de grupos de extrema direita, através de manifestações xenófobas contra estrangeiros, algumas que nos lembram o fascismo. Fenômeno político que tende a ganhar força em períodos de graves crises, como a que ocorre neste momento no velho continente.

A entrada em vigor desta obscurantista lei acontece na reta final da acirrada disputa eleitoral para a presidência da Polônia, marcada antecipadamente para o dia 20 de junho, fruto da morte em acidente aéreo do presidente Lech Kaksinsky.

Os dois principais candidatos são o liberal Bronislaw Komorowski (Plataforma Cidadã), presidente da Câmara Baixa do Parlamento e Chefe de Estado interino, e o irmão gêmeo do presidente morto, o conservador Jaroslaw Kaczynski (Lei e Justiça).

Ambos candidatos apóiam a lei, por motivos aparentemente distintos: Kaczynski pela defesa do legado anticomunista, que marca a sua trajetória política e de seu falecido irmão, enquanto Komorowski se interessa em conquistar os votos conservadores que são amplamente disseminados na Polônia.

Jornada internacional dos Partidos Comunistas e Operários contra o anticomunismo

Ações como esta não passam de manobras vulgares com o intuito de deturpar a história de glórias e conquistas que o movimento comunista proporcionou à humanidade. É a ação do grande capital financeiro, que busca neutralizar a ação dos trabalhadores, das forças progressistas, dos comunistas, na luta contra a profunda crise pela qual passa a Europa, uma crise que, no fundo, é a crise do próprio sistema capitalista.

Neste 8 de junho, dia de ação conjunta contra o anticomunismo e a proibição dos símbolos comunistas na Polônia, os partidos comunistas e operários ao redor do mundo vem a público expressar que não será pela criminalização dos símbolos operários e comunistas que a luta pela emancipação, que a luta pelo socialismo irá desaparecer.

Nós, comunistas do Brasil, nos somamos a esta jornada internacional expressando nossa solidariedade e apoio aos comunistas polacos, reafirmando que as forças obscurantistas de caráter fascista serão derrotadas, como foram no passado.

O futuro é dos povos, é da estrela vermelha, da foice e do martelo, o futuro é do socialismo.

Comissão de Relações Internacionais do PCdoB