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ONU aprova sanções contra o Irã e inviabiliza saída pela paz

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira (9) uma nova resolução — a quarta — que impõe sanções ao Irã por conta de seu programa nuclear. Dos 15 membros do órgão, 12 votaram a favor das medidas — incluindo todos os membros permanentes — Rússia, China, EUA, França e Reino Unido. Já Brasil, Turquia e Líbano deram pareceres contrários.

A decisão seguiu à risca o posicionamento autoritário dos Estados Unidos e praticamente tornou inviável uma saída pacífica ao impasse. Susan Rice, representante americana no Conselho de Segurança, tentou minimizar a força das pressões de seu país para impor as sanções. “Foi o Conselho que assumiu suas responsabilidades. Agora o Irã deve escolher um caminho mais sábio.”

A nova resolução prevê restrições à Guarda Revolucionária e ao sistema de mísseis do Irã, além do congelamento de investimentos ligados ao enriquecimento de urânio. Todos os carregamentos de exportação com o Irã como destino também serão submetidos a uma fiscalização mais rigorosa.

A embaixadora brasileira, Maria Luiza Ribeiro Viotti, alertou aos outros membros do Conselho que não faz sentido “ver as sanções como um meio efetivo” no caso do Irã. Turquia e Brasil afiançavam que o acordo de troca nuclear que eles obtiveram no Irã, no mês passado, tornou desnecessárias futuras sanções.

As sanções eram pedidas por potências nucleares alegando, contraditoriamente, o temor de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. As acusações, nunca comprovadas, são rechaçadas pelo Irã, que diz manter seu programa nuclear apenas para fins civis.

A ofensiva da ONU tende a não surtir o efeito planejado e, em vez disso, acirrar a animosidade entre o Irã e o Ocidente. Nesta quarta-feira (9), o embaixador iraniano na ONU, Mohammad Khazaei, afirmou que as sanções deixam o Irã “sem outra alternativa, a não ser a confrontação” com países do órgão. O diplomata acusou, ainda, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de “falta de honestidade”.

“Tais ações precipitadas desviam o caminho do diálogo de sua rota natural e indicam que o outro lado escolheu o caminho da confrontação. Assim, Teerã não tem outra alternativa, a não ser escolher uma forma apropriada de enfrentar o segundo caminho", disse Khazaei.

Da Redação, com agências

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