Estudo realizado pela Prefeitura descarta Estaleiro em Fortaleza

Foram feitas avaliações qualitativas dos impactos ambientais, sociais, urbanísticos e de logística de locais como a praia do Pecém; a foz do rio Coreaú, em Camocim e as praias do Titanzinho, do Poço da Draga e do Pirambu, em Fortaleza. Fornecido por uma fonte da Prefeitura, os estudos praticamente descartam Fortaleza

Os valores presentes no documento foram confirmados pelo secretário Municipal de Infraestrutura, Luciano Feijão. O secretário afirmou que a decisão da Prefeitura de realizar os estudos decorreu da necessidade de se conhecer a realidade dos números, dos custos e dos impactos no litoral de Fortaleza, previstos com a instalação do estaleiro. “Nosso objetivo com o estudo é mostrar que as áreas apontadas como apropriadas para o estaleiro não são adequadas e aquelas ditas como inadequadas são adequadas".

Para ele, ao longo do debate, "houve uma inversão de valores", corrigido agora pelo estudo, que revela que "o equipamento (estaleiro) é inadequado para Fortaleza". Segundo o secretário, os estudos foram realizados, ao longo de seis dias, por 17 técnicos das secretarias de Planejamento (Sepla), do Meio Ambiente (Seman) e de Infraestrutura (Seinf), com a colaboração do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-CE) e da Associação dos Profissionais em Geologia do Estado do Ceará (Apgece). Outra fonte próxima à prefeita, explica que a decisão final será apontada por ela.

Antes porém, Luizianne Lins pretende mostrar os estudos da PMF ao governador Cid Gomes e ao presidente Lula da Silva, com quem tem encontro agendado para a próxima quinta-feira, 17, em Brasília.

Com a palavra, Paulo Haddad

"Vou embora. Se essa for mesmo a posição final da Prefeitura de Fortaleza não há o que fazer", reagiu Paulo Haddad, diretor-presidente da PJMR – empresa que encabeça o projeto Promar Ceará, diante do vazamento do Estudo das Alternativas de Localização do Estaleiro Promar, que indica o Pecém como área mais apropriada ao empreendimento e descarta as praias de Fortaleza.

Paulo Haddad, está no Rio de Janeiro aguardando notícias sobre o fim da novela da localização do estaleiro. “Nada ainda. Silêncio. Ninguém falou nada. Soube que o presidente esteve aí e deu uma declaração de que o Ceará não deveria abrir mão do projeto. Estou esperando o pronunciamento da prefeita. Tem várias áreas que ela estudou e ela tem que decidir qual vai ser”, lançou.

O empreendedor explicou, ainda, que não há nenhum encontro agendando com Luizianne para os próximos dias. Questionado sobre um possível “plano b”, para o caso de o estaleiro não ser viabilizado entre Governo e Prefeitura, Haddad foi sucinto: “Só tenho esse plano aí”.

Cid Gomes: O importante é que seja no Ceará

O governador Cid Gomes já admite que o Estaleiro Promar Ceará não seja encravado no litoral de Fortaleza. Para ele, o importante é que o estaleiro venha para o Estado, independentemente do equipamento ser localizado na Capital ou no Interior. Para Cid, o empreendimento é fundamental por ser um setor que tende a crescer no País, e em virtude dos 1.500 empregos diretos imediatos, além da perspectiva futura, segundo ele, da geração de 5 mil ou até 10 mil postos de trabalho.

Opinião comunista

A vereadora Eliana Gomes (PCdoB) é mais uma que defende o Estaleiro no estado do Ceará. “Este é um grande investimento. Mas temos que levar em conta as questões urbanísticas, ambientalistas e culturais. Principalmente no Titanzinho, que é uma Zona Especial de Interessa Social (ZEIS)”, alerta Segundo a parlamentar, é importante a opinião popular, defendo o plebiscito na cidade de Fortaleza para as pessoas opinarem sobre o melhor local. “Não podemos somente ver a geração de empregos, temos que pensar a fundo no que vai ficar para a cidade. Acredito que a prefeita Luizianne Lins e o governador Cid Gomes vão entrar em acordo para o que for melhor para a cidade de Fortaleza”, afirma

Sobre o estudo

O estudo realizado pela Prefeitura de Fortaleza para mostrar que o litoral da Capital cearense não é a melhor opção para ancorar o Estaleiro Promar Ceará, buscou analisar e calcular as áreas, a partir da mensuração dos perímetros e da identificação do volume de enrocamento e aterro necessário para cada um dos locais apontados, após sobrevoo realizado pela prefeita Luizianne Lins e o empresário Paulo Haddad, em meados de maio último. As áreas foram estimadas, de acordo com a geografia de cada uma das praias.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações do Diário do Nordeste)