Movimento questiona acessibilidade dos pedestres em Fortaleza

Andar pelas calçadas de Fortaleza parece cada vez mais difícil. Não bastasse a disputa com os carros estacionados, o (a) morador (a) da Capital tem ainda de lidar com edifícios que são construídos sem seguir o que estabelece o Código de Obras e Posturas do Município.

No contexto de que as cidades são para seus habitantes, um grupo de moradores (as) do bairro Jacarecanga, Ellery e adjacências resolveu não se calar diante de mais um absurdo: um edifício que vem sendo construído na esquina das ruas Guilherme Rocha e Padre Mororó que deixa pouco mais de 60 centímetros para a passagem de pedestres.

Na manhã da última terça-feira (08/06), o grupo se reuniu no trecho do empreendimento a fim de chamar a atenção para o problema e fazê-lo mais visível aos pedestres e demais transeuntes que passavam pelo local. Na ocasião, aproveitaram a oportunidade para lançar o "Movimento dos Sem Calçadas", uma iniciativa que busca sensibilizar os cidadãos e cidadãs de Fortaleza para o espaço que é, de direito, público e precisa ser respeitado.

A moradora do bairro Ellery, Liliana Uchoa, uma das mobilizadoras da ação, conta que a repercussão foi bem positiva, com manifestações espontâneas dos transeuntes que circulavam pela rua, além de outras provocadas pelo grupo. "No grupo havia dois cadeirantes e eles não tiveram a mínima condição de passar por ali. Outras pessoas também tentaram passar em dupla e não conseguiram. O interessante é que no decorrer da ação, muitas pessoas passavam e diziam que aquilo [a falta de espaço] era um absurdo. Alguns veículos da imprensa compareceram também", disse Liliana.

A atividade proposta pelo grupo – que já se manifestou em outras oportunidades -objetiva, também, fazer com que as esferas públicas se pronunciem sobre o assunto. A ação questionou ainda a fiscalização dos órgãos responsáveis pelo cumprimento dos códigos de postura da cidade e da responsabilidade das empresas de construção civil que devem assumir sua parcela de culpa.

"Nós queremos mostrar que chega num determinado ponto em que os responsáveis por isso não podem simplesmente fazer o que querem, o dinheiro não manda tanto assim. Em algum momento a necessidade pela qualidade de vida e bem-estar das pessoas também se sobressai", afirmou Liliana.

Por outro lado, salienta a moradora, o momento é para mostrar que a população não pode ficar calada diante de fatos como estes, que não deve abrir mão de seus direitos.

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Fonte: Agência de Notícias Esperança (AnotE)