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Candidato de Uribe vence eleição na Colômbia

Em um segundo turno caracterizado pela violência, Juan Manuel Santos foi eleito o novo presidente da Colômbia. Santos recebe um país com um alto índice de desemprego e de pobreza, em que 42% da população acreditam, segundo o instituto Gallup, que o principal problema que o governo deverá enfrentar é de caráter social.

Segundo um documento divulgado pela Missão de Emprego, Desigualdade e Pobreza na Colômbia, 45,5% dos colombianos vivem na pobreza e 16,4% na pobreza extrema. O Departamento Administrativo Nacional de Estatística (Dane), revela que em abril a taxa de desemprego chegou a 12,2%, o que significa que quase 2,7 milhões de pessoas estão sem trabalho, sem contar os milhões de trabalhadores informais.

Durante a campanha, Santos prometeu criar mais de 2,5 milhões de empregos e formalizar outro milhão. Seu discurso de luta contra a pobreza, segundo o próprio, baseia-se em continuar com a política de subsídios, como por exemplo, o programa Famílias em ação. Criado durante o governo do presidente Andrés Pastrana (1998-2002), é o maior programa social da Colômbia, atendendo 2,5 milhões de famílias que recebem de 30 mil a 100 mil pesos colombianos (o equivalente a 27 e 92 reais) .

Outros temas

Além dos problemas sociais, a relação da Colômbia com os países vizinhos também deve ser um aspecto importante na gestão Santos, já que foi durante o governo Uribe que as relações diplomáticas com o Equador foram rompidas. Para manifestar apoio a Quito, a Venezuela tirou o embaixador colombiano do país. Além disso, a postura do país foi criticada no ano passado, quando assinou um acordo permitindo bases militares norte-americanas em território colombiano.

Santos recebeu com 69% dos votos, enquanto o rival Antanas Mockus, do Partido Verde, ficou com 27,5%. Em relação ao primeiro turno, os dois ganharam votos: Mockus obteve (3.588.819 votos), ou seja, quase 450 mil votos a mais. Santos, de 6,7 milhões, subiu para 9 milhões.

Para Miguel Antonio Galves, diretor do Instituto de Pensamento Étnico, Social e Político, acredita que: “Juan Manuel Santos, mais que representar o ideário do projeto uribista, conseguiu uma unidade política, ao contar com o apoio dos partidos Conservador, da União de Integração Nacional, Cambio Radical e do Partido Liberal. Mockus também sai ganhando, todos os votos que recebeu, ganha uma independência e representará o centro político [no novo governo]”.

Apesar do número recorde de votos, a pesquisadora Claudia Dangon, da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade Javeriana afirma que “55% dos colombianos não elegeram Santos”.

“Não é um problema de legitimidade, mas deixa para trás a democracia colombiana. A oposição também poderá utilizar este tema por muito tempo”, afirmou.

Claudia se referiu ao alto índice de abstenção – que alcançou 55%. Após oito anos de Álvaro Uribe no governo, Santos assume o cargo, no dia 7 de agosto deste ano de 2010.

Da redação, com agências