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Cultura e democracia

A sociedade do Século 21, com toda a evolução tecnológica e do conhecimento, traz ainda marcas do Século 19, tamanhas são as desigualdades. As diferenças étnicas e religiosas têm de enriquecer a vida, propiciar paz e o desenvolvimento humano.

*Jandira Feghali

Liberdade e democracia. Não podem ser razão para divergências e conflitos.Não se trata de tolerar o outro, mas sim de valorizar e aprender com o outro.

A identidade nacional é assentada no território brasileiro, caracterizado pela diversidade. Nossas diferenças formam um povo miscigenado, cujas expressões artísticas e linguísticas constituem um complexo mosaico de identidades. Essa a nossa grande marca, a nossa maior riqueza.

A vida urbana escancara divergências. Expõe a desigualdade, que precisa ser vencida. Mas as cidades também produzem harmonia. A cultura permite o encontro entre desenvolvimento econômico e humano, entre comportamento dos cidadãos, equilíbrio ambiental e qualidade de vida.

Na cidade do Rio de Janeiro, buscamos, a partir de 2009, integração com a educação, a ocupação do espaço público, a descentralização dos equipamentos culturais para Zona Norte e Oeste, a democratização da gestão e dos recursos, a valorização do Centro e a intensificação das cadeias econômicas da cultura.

A construção da lona cultural da Pavuna, o edital para reabertura do antigo Cine Imperator, o "Lapa Legal", o "Viradão Carioca", o segundo turno cultural nas escolas do amanhã, a aposta no cinema e no design são exemplos disso.

A cultura deve estar no centro de todas as políticas sociais e econômicas e também na agenda prioritária de todos os governos.

* Jandira Feghali, 53 anos, é médica cardiopediatra. Exerceu os cargos de secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói e de secretária municipal de Cultura do Rio (administração Eduardo Paes). Foi deputada estadual e quatro vezes deputada federal pelo PCdoB do Rio.