Lula Morais apresenta relatório que aponta caos na saúde de SP
O deputado Lula Morais (PCdoB) apresentou nesta terça-feira (22/06), em sessão plenária, pesquisa realizada pela Secretaria de Saúde de São Paulo com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que, segundo ele, foi mantida em sigilo pelo governador José Serra (PSDB). No relatório divulgado pelo portal da UOL Notícias, o parlamentar informou que foram apontados vários problemas crônicos no atendimento aos pacientes dos hospitais paulistas.
Publicado 22/06/2010 12:00 | Editado 04/03/2020 16:33
Entre os pontos críticos, o deputado mencionou a demora de seis meses para fazer um procedimento de alta complexidade como, por exemplo, quimioterapia, hemodiálise ou cateterismo, conforme foi denunciado por 30% dos entrevistados. O relatório aponta que 96,6% dos usuários receberam o procedimento e que 63,8% esperaram de 24 horas a 20 dias para o tratamento. Já 21,2% foram atendidos em 24 horas.
Outro dado com estatística alarmante foi com relação às grávidas. Ele afirmou que 24% das grávidas que enfrentaram trabalho de parto pelo SUS não receberam anestesia raquidiana ou peridural, procedimento que alivia o sofrimento e considerado padrão às pacientes.
A vacinação também é outro fator tratado com descaso no governo de Serra. O parlamentar afirmou que 30% dos pais relataram falta de vacina na unidade “sempre”. Segundo ele, 18,9% dos pais disseram que os filhos não tomaram vacina nenhuma ao nascer, e isso vai contra as normas do Programa de Imunização do Estado de São Paulo, que prevê pelo menos a oferta de vacinas contra a tuberculose.
O parlamentar destacou a entrevista de Álvaro Escrivão, professor e especialista em gestão hospitalar da Fundação Getúlio Vargas, que lamentou a falta de recursos para o setor continuar em funcionamento. O deputado disse ainda que, além dos problemas de atendimento, há sérios indícios de uso irregular de verbas. No começo desse ano, o governo Serra teve que devolver ao Fundo Estadual da Saúde, por ordem judicial, os recursos do SUS e desviados para contas em nome do Tesouro do Estado.
Em aparte, o deputado Artur Bruno (PT) reconheceu que a saúde é “algo” caro, principalmente os remédios que precisam ser importados. O deputado criticou a postura do PSDB, que “comandou a derrota” da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e de Direitos e de Natureza Financeira (CPMF). “O Brasil está perdendo R$ 40 bilhões por ano na saúde”.
Moésio Loiola (PSDB) discordou que as deficiências na área da saúde sejam somente em São Paulo, sob o governo tucano, ressaltando que esse é um “problema universal”. “Vacina não é obrigação de governo, é atenção básica, de município”, rebateu, mencionando o desvio de recursos em supostos escândalos de ONGs no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Não precisava tributar cheque de ninguém”, acrescentou.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL