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Luciano Coutinho (BNDES) critica déficit em conta corrente

Em simpósio comemorativo dos 58 anos de criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente da instituição, Luciano Coutinho, criticou nesta quinta-feira (24) a expansão do déficit de conta corrente e a exposição ao financiamento externo.

“Temos um desafio enorme pela frente, que é saber como construir uma sustentabilidade para o desenvolvimento brasileiro diante do risco de um déficit em conta corrente de grande escala, que possa desfazer o custeio cambial do país e nos expor novamente ao mercado de capitais ou ao mercado de crédito internacional”, alertou o presidente do BNDES.

Coutinho destacou a importância de aumentar a poupança doméstica — o que, segundo ele, “implicará em uma fonte de financiamento interna, numa agenda fiscal, previdenciária e de poupança relevante para o futuro do país”.

Já o professor Carlos Henrique Brito, ex-reitor da Universidade de Campinas (Unicamp), destacou que a participação do setor privado em pesquisas e a internacionalização das empresas brasileiras podem romper com o isolamento. “No Brasil quem investe em novas tecnologias é o governo, como no caso do programa do etanol”, afirmou.

Segundo ele, “no resto do mundo cerca de 70% a 80% das empresas investem em pesquisas, diferentemente do Brasil, onde a descoberta de novas tecnologias é feita nas universidades com financiamento público. Nos últimos dez anos, o próprio BNDES tem feito esse papel”.

Coutinho também criticou o que chamou de “debilidade inovadora do setor privado”, mas fez ponderações. “O sistema empresarial privado no Brasil nunca desenvolveu estratégias tecnológicas ousadas e criativas, porque é caro empenhar recursos numa conjuntura de alta instabilidade”, disse, referindo-se ao histórico de inflação e planos econômicos frustrados da economia brasileira.

Da Redação, com informações da Agência Brasil