AL: Frente Popular oficializa candidatura de Bomfim ao Senado
Neste domingo (27), foi realizada a Convenção Eleitoral Estadual do PCdoB e de outros partidos que compõem a Frente Popular por Alagoas – dentre eles PDT, PMDB, PT e PR -, na sede da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol), no bairro de Jacarecica. Participaram cerca de cinco mil convencionais, militantes, amigos e simpatizantes dos partidos e das candidaturas da Frente.
Publicado 28/06/2010 00:34 | Editado 04/03/2020 16:11
O evento, que levou o nome de Convenção da Solidariedade, arrecadou alimentos, roupas e diversas doações para as vítimas das enchentes que atingiram 28 municípios há uma semana. O ato político teve início com um minuto de silêncio pelos alagoanos mortos na recente tragédia.
O ex-governador Ronaldo Lessa foi lançado oficialmente candidato ao governo do estado pela Frente formada pelos partidos PDT, PT, PMDB, PCdoB, PR, PSL, PV e PRP, com Joaquim Brito (PT) como seu vice. Para o Senado, os partidos homologaram as candidaturas de Renan Calheiros (PMDB) e Eduardo Bomfim (PCdoB).
No grande ato político das convenções eleitorais, estiveram presentes, dentre outros, o deputado federal Maurício Quintella (PR), o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e também prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), o presidente nacional do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, além de deputado estaduais, prefeitos, vereadores da capital e interior e lideranças políticas, sindicais, estudantis e das mais diversas áreas da sociedade alagoana.
O primeiro a discursar foi Luciano Barbosa que, como presidente da AMA, falou a respeito da grande tarefa que os prefeitos das cidades atingidas pela calamidade recente estão enfrentando para sua reconstrução, e destacou que o presidente Lula foi prontamente ver a situação desses municípios e de sua população e levar o auxílio do governo.
Ele afirmou ainda que nunca o Nordeste havia recebido tantos investimentos como no governo do presidente Lula e que os nordestinos e os alagoanos têm a virtude da gratidão e, por isso, votarão em Dilma para a Presidência.
Luciano Barbosa ressaltou que os alagoanos querem a volta de Lessa ao governo do estado, que o senador Renan terá mais oito anos no Senado para trabalhar por Alagoas e acrescentou que, já tem dois votos para o Senado, terá, então, o prazer de votar em Eduardo Bomfim, "lembrando o início de sua história política, iniciada no PCdoB".
Já o ministro Carlos Lupi afirmou que a Frente consagra a união da base de sustentação do governo Lula. Informou que o presidente pediu a candidatura de Ronaldo Lessa, "governador experiente, íntegro, leal e comprometido com a política nacional".
O ministro do Trabalho e presidente do PDT destacou os avanços do governo Lula, destacando que até o final do ano terão sido criados mais de 15 milhões de empregos com carteira assinada e que o bolsa família vem tirando milhões da miséria.
Para Carlos Lupi, Renan Calheiros tem sido aliado do presidente Lula em todos os momentos, e é fundamental sua eleição, assim como a de Eduardo Bomfim. O ministro encerrou com o lema: "Dilma lá, Ronaldo cá, até à vitória".
Em seguida, o presidente nacional do PT, Eduardo Dutra, declarou que a presença do presidente estadual da sua legenda como vice de Ronaldo Lessa é a demonstração mais clara de que o palanque de Dilma em Alagoas é o de Ronaldo Lessa.
Dutra lembrou que as mudanças no país começaram há oito anos com Lula, "um nordestino que foi de pau-de-arara para São Paulo e que as elites diziam que não teria condições de representar o Brasil lá fora". Segundo ele, o que aconteceu é que o Brasil passou a ser extremamente respeitado no exterior e tudo o que Lula falou a respeito de gerar milhões de empregos já aconteceu.
Dutra acrescentou ainda que, depois de terem conseguido eleger um operário, as forças de esquerda no país agora vão conquistar outro fato inédito, que é a eleição da primeira mulher presidente do Brasil. Ele disse que é preciso eleger Ronaldo para ajudar Alagoas a superar o atraso e participar do processo de desenvolvimento.
O presidente do PT disse ainda que Lula “comeu o pão que o diabo amassou” no Senado, como Renan Calheiros é testemunha. De acordo com ele, por isso, é fundamental ampliar a base de apoio do governo na Casa, elegendo mais uma vez o senador Calheiros, que foi vítima de uma campanha por ser aliado de Lula, e também Eduardo Bomfim, que já representou tão bem o estado na constituinte. Dutra encerrou: "L é o símbolo de Lula, Lessa e liberdade".
O candidato a vice-governador, Joaquim Brito, iniciou com a citação: “quando o justo governa, o povo se alegra”. Segundo ele, o povo está feliz com o governo Lula, com mais de 13 milhões de empregos gerados, com o programa “Luz para todos” que trouxe bem estar e possibilidade de trabalho e renda e com a expansão da educação pelo interior.
Segundo Joaquim Brito, o que une a Frente "é o desafio, a responsabilidade, a determinação de eleger Dilma para dar continuidade às conquistas do governo Lula, e a clareza, a vontade e a determinação de eleger Ronaldo Lessa para fazer de Alagoas o que Lula tem feito nesse país".
Ele falou sobre o desafio de eleger Renan, "parceiro fundamental de Lula", e Eduardo Bomfim, "expoente na luta pelos direitos humanos no Brasil, lutador contra a ditadura, constituinte nota dez, que tem tudo para representar Alagoas no Senado".
Além disso, Brito destacou a importância de eleger deputados federais e estaduais desse projeto, e defendeu que Alagoas precisa de Ronaldo Lessa para sua reconstrução. De acordo com ele, o PT entra nessa parceria com convicção, e com toda a disposição de sua militância.
Com a palavra, Eduardo Bomfim afirmou que, "em todos os estados do país e em Alagoas, estamos dando a largada para uma batalha histórica". Bomfim disse que o Brasil encontra-se em uma encruzilhada histórica, em que estão, de um lado, o povo que constrói o país, aquele que mudou a cara do Brasil – o presidente Lula – e Ronaldo Lessa, enquanto, do outro lado, estão aqueles que conduziram o país ao atraso, “o povo” de Serra e de Fernando Henrique Cardoso.
Bomfim citou versos de Pablo Milanés: "o que brilha com luz própria, ninguém pode apagar". Disse que o PT e o PCdoB são aliados históricos e que a Frente quer levar Alagoas ao desenvolvimento, com Dilma e Ronaldo, e conclamou: “vamos à vitória !”.
Renan Calheiros ressaltou que, "nos dias que antecederam a convenção da Frente, tivemos as maiores enchentes já vistas em Alagoas e tivemos a solidariedade do Brasil e dos alagoanos, mostrando que a marca do Brasil e de Alagoas é a solidariedade".
Renan agradeceu ao presidente Lula por assumir a responsabilidade de trazer para si a recondução de Alagoas. Acrescentou que Dilma sabe que conta com Ronaldo Lessa e que Alagoas "não tem a vocação de ser um elo perdido nesse país em que a economia avançou, que tem a economia que mais cresceu no mundo nos últimos tempos".
Renan afirmou ainda que quer participar da campanha para Alagoas eleger Ronaldo Lessa governador, para que as políticas do presidente Lula sejam aplicadas no estado. Segundo ele, Ronaldo é um político experiente e tem talento para reverter os terríveis indicadores sociais do estado.
Renan disse ainda que teve o prazer de ser constituinte com Eduardo Bomfim e que, certamente, terão a oportunidade de repetir no Senado tudo que fizeram juntos em defesa do povo. Ele colocou ainda que tem orgulho de estar nesse palanque que vai eleger pela primeira vez uma mulher presidente do Brasil.
Antes de Ronaldo Lessa discursar, foi apresentado no telão um vídeo com a história e realizações de seu governo no estado de Alagoas, que deixou marcas históricas e tem enorme aprovação.
Ronaldo Lessa afirmou que não esperava ser candidato ao governo novamente, mas que o presidente Lula o convocou, alegando a identidade dos partidos da base de sustentação de seu governo com ele, Lessa.
Ronaldo disse que hesitou, porque seu projeto era inicialmente o Senado, mas o presidente Lula, que sabe da situação de Alagoas, o chamou para que ele e Dilma recuperassem Alagoas, hoje no atraso.
Ronaldo Lessa saudou todos os alagoanos, políticos e lideranças presentes, vindos de todas as regiões do estado e, especialmente, Luciano Barbosa, do Agreste, prefeito de Arapiraca, eleito com mais de 90% dos votos.
Lessa afirmou que vai tratar do problema da segurança no estado. Fará concurso público para que o povo possa sair às ruas com tranquilidade. Falou ainda da educação, garantindo a qualidade do ensino público, e comparou a quantidade de vagas que abriu à época de seu governo, 184 mil, com as ações do atual governo, que congelou salários e retirou o aumento dos trabalhadores da educação e da segurança. Falou ainda de várias outras realizações de seu governo, como o Centro de Convenções e o novo aeroporto.
Segundo Ronaldo, Lula demonstrou que só há crescimento quando o povo participa do desenvolvimento, citando o aumento do salário mínimo no governo de Lula. Ele declarou que tem orgulho de ser o governador que mais colocou as mulheres nos postos de comando no Estado e que Lula faz mais ainda, ao trazer uma mulher para dar continuidade ao que fez.
Ronaldo Lessa falou do grande apreço a Eduardo Bomfim, que já trabalhou com ele como secretário de estado, destacando sua história de luta, como na Sociedade Alagoana de Defesa dos Direitos Humanos, na luta pela anistia.
Lessa citou ainda a importância da eleição de deputados federais sintonizados com este projeto e de deputados estaduais que representem uma renovação da Assembléia Legislativa. Destacou a presença de Teresa Nelma e de outros companheiros do PSB, "que têm compromisso com a história e que estão aqui, deste lado que está com o povo". Ele falou ainda do PV, que está com a Frente, apesar da candidatura de Marina Silva pela sigla.
Ronaldo prestou ainda solidariedade aos desabrigados e disse que viajou com Luciano Barbosa pelos municípios, no último domingo, e que encontraram vários ministros, mas nenhum secretário de estado. Ele destacou a importância de o presidente Lula ter ido ao Estado com oito ministros e liberado mais de trezentos milhões para Alagoas na hora.
Afirmou que também nunca teve tanta vontade de ganhar uma eleição, porque "não é um projeto pessoal, mas é Alagoas que precisa". Finalizou emocionado, nesse início de caminhada para o retorno ao governo de Alagoas.
De Maceió, Selma Villela.
Texto atualizado às 11h