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Mais de 67 cidades de Pernambuco continuam em alerta

O estado de Pernambuco continua em situação de alerta. No dia 19 de junho, o governador Eduardo Campos decretou estado de emergência por causa do enorme estrago que as fortes chuvas provocaram no Recife e no interior do estado. O volume elevado de chuvas em Pernambuco está associado à ausência de infraestrutura adequada para a contenção de cheias, o que também influenciou na devastação sem precedentes em Alagoas.

Segundo dados do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (LAMEPE) – órgão do governo do estado – todos os pontos de mediação na região apontam um volume de chuvas muito acima da média histórica.

Entre as cidades afetadas, 67 municípios do estado continuam em alerta. Apesar da diminuição do volume das águas, as chuvas dos últimos dias trazem o risco de novas enchentes e deslizamentos de barreiras. O número de mortos em todo o estado é 20 pessoas.

A árdua reconstrução

Reconstruir. Esta é a palavra de ordem em Pernambuco. Enquanto mais de 40 mil cidadãos lutam para reconstruir suas vidas, o governo do estado e dos municípios atingidos têm agora a árdua obrigação de reconstruir 69 pontes, 1.449 quilômetros de vias destruídas, 25 estações de distribuição de água, 100 postes e mil medidores queimados. Ou seja, a hora é de reverter um colapso sem precedentes na infraestrutura e abastecimento de água e energia de todo o estado.

O prejuízo econômico que as chuvas impuseram a Pernambuco com a destruição da ponte sobre o Rio Una, na BR-101 Sul, é maior do que parece. Fora a questão física da destruição, muitas empresas terão danos irreversíveis em estoque e logística. “Ninguém, em uma catástrofe como essa, que atinge Alagoas e Pernambuco, consegue sair dela sem prejuízos. Na questão das empresas, é extremamente preocupante a perda dos investimentos realizados, do estoque e vendas neste período. Sem ajuda, dificilmente uma empresa atingida, em Palmares e região, por exemplo, conseguirá se reerguer”, avaliou o presidente da Sociedade Pernambucana de Planejamento Empresarial (SPPE), Márcio Borba, durante chat no Pernambuco.com.

Neste cenário, a recuperação das estradas torna-se ponto essencial da questão. Em Palmares (Mata Sul), um dos municípios mais atingidos pela enchente, duas pontes que passam próximas ao Rio Una, na altura do KM 185,6 da BR-101, ruíram uma sobre a outra – interrompendo o acesso de veículos da cidade para municípios importantes como Caruaru e o estado de Alagoas. Segundo o supervisor operacional em Pernambuco do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Emerson Moraes, elas são cruciais para a rede viária pernambucana e precisam ser reconstruídas como prioridade.

O valor da recuperação ainda não foi fechado, mas junto com os 500 quilômetros de estradas que também foram destruídas no local, só em Palmares o governo deverá gastar cerca de R$ 10 milhões. “As pontes antigas custaram quase R$ 5 milhões, só que as novas deverão ser maiores, uma vez que as águas conseguiram destruir o trabalho anterior”, argumentou Moraes. O prazo para os serviços, se as chuvas não provocarem novos prejuízos, deverá ser de sete meses. “Precisamos fazer um trabalho de sondagem do solo, fundação e construção e isso demora. Se chover poderá levar até 10 meses na recuperação dessas pontes”, ressaltou.

A previsão do Dnit é que sejam gastos outros R$ 15 milhões nas demais pontes que foram afetadas no estado. Por se tratar de uma obra emergencial, a licitação pública será dispensada em todos os casos. O Dnit vai analisar a proposta de quatro empresas. As obras devem ser concluídas em até seis meses – segundo determinação legal.

Para ajudar o estado a reconstruir o que foi perdido, o presidente Lula autorizou a liberação de R$ 300 milhões, que ainda não tem data certa para chegar. “A burocracia é muito grande, mas não vamos esperar esse dinheiro chegar. Vamos começar a gastar no que for preciso e, quando os recursos chegarem, pagaremos a conta”, finalizou o governador Eduardo Campos.

Fonte: Diário de Pernambuco