Panamá reprime manifestação com brutalidade: mortos e feridos
Em repressão a uma manifestação de trabalhadores, o governo do Panamá determinou que sua polícia reprimisse a balas o protesto. Antonio Smith, dirigente sindical, foi morto e vários manifestantes foram feridos com gravidade. Há relatos de ataques da polícia a residências que abrigaram manifestantes da repressão.
Publicado 09/07/2010 15:53
Antonio Smith é o primeiro mártir do governo autoritário de Martinelli e da brutalidade policial. As forças de segurança têm hoje total impunidade e licença para matar, graças à Lei 30, imposta por Martinelli, e que o povo exige que seja revogada.
A repressão teve início às 10h. Um forte contingente anti-motins proveniente da capital iniciou a brutal repressão. Há vários detidos e um grande número de feridos, segundo informou um dirigente sindical da Frenadeso.
Foi convocado um conselho de gabinete com caráter de urgência. Espera-se que sejam adotadas novas medidas repressivas e de perseguição, como as ordens de prisão que pesam contra os dirigentes Genaro López e Saúl Méndez, do sindicato dos trabalhadores da Suntracs, da Conusi e Frenadeso. Não estão descartadas as suspensões dos direitos fundamentais da população.
O Conselho de Gabinete se reunirá antes que Martinelli viaje para Joanesburgo, onde deverá presenciar a final da Copa do Mundo.
"Trata-se de outra saíde covarde de Martinelli, deixando o país com 'a casa em chamas'", dizem os dirigentes sindicais.
É a 20ª viagem que faz em um ano como presidente. Em meio do alto custo de vida e do imposto de 7% promulgado que castiga os lares humildes, Martinelli, fazendo alarde de riqueza, diz que viaja com familiares e amigos "com recursos próprios". O que se coloca em dúvida frente às denúncias de que sua cadeia de supermercados, bancos e fundação foram usados para lavar dinheiro proveniente de narcotráfico.
Dois primos de Martinelli estão presos no México, acusados de tráfico de drogas e relações com os carteis de drogas. A ministra do Trabalho de seu governo, sem prova alguma, acusou os dirigentes sindicais do Suntracs de "pagar US$ 20 a mendigos para que criem distúrbios nas ruas".
Na manhã desta quinta-feira, unidades da Polícia Nacional, executando funções incompatíveis à força de segurança, entregaram cartas de demissão a quase uma centena de trabalhadores em greve no projeto de ampliação do Canal do Panamá.
Em uma coletiva de imprensa no Colegio Nacional de Abogados, os advogados dos dirigentes sindicais e trabalhadores da Suntracs denunciaram a violação dos direitos humanos e trabalhistas no Panamá, a repressão, a perseguição contra os dirigentes sindicais e a apresentação de habeas corpus preventivos a favor das diretorias das empresas Suntracs e Conusi.
Ao meio-dia, horário local, centenas de trabalhadores de diversas empresas e grupos de estudantes protestaram diante dos prédios da Universidade do Panamá. A situação segue muito tensa. O governo de Ricardo Martinelli promete reprimir ainda mais os trabalhadores.
Da redação, com Kaos en la Red