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Primo do goleiro Bruno será interrogado hoje pela polícia mineira

Delegada pretende ouvir o menor e, em seguida, promover acareação para esclerecer dúvidas sobre a presença do goleiro no local do assassinato de Eliza. Os advogados de defesa receberam cópias do inquérito, que tem 800 páginas, mas ainda não autorizaram seus clientes a prestar depoimento.

Com a transferência do primo adolescente do goleiro Bruno para Minas Gerais, autorizada pela Justiça do Rio e prevista para esta terça (13), e a entrega das cópias do inquérito da morte de Eliza Samudio aos advogados de defesa dos acusados, a polícia mineira espera retomar os depoimentos de envolvidos no caso.

Silêncio

Até a noite de segunda-feira, por orientação de seus representantes, os suspeitos se recusaram a responder aos interrogatórios sobre as acusações feitas pelo menor e outro primo do jogador, Sérgio Rosa Sales, 22 anos.

O interrogatório mais esperado pelos investigadores é o do menor. A delegada Ana Maria Santos, titular da Delegacia de Homicídios de Contagem, informou pela manhã que pretende interrogar o jovem J., de 17 anos, assim que ele chegar a Belo Horizonte. O adolescente será ouvido no Departamento de Investigações.

Após o depoimento do menor, deve ser feito o confronto de informações passadas por ele e as prestadas por Sérgio Rosa Sales. Os relatos dos dois primos do jogador têm uma divergência fundamental para esclarecer o que se passou com Eliza no dia de seu suposto assassinato, 9 de junho, em Esmeraldas: o menor afirma que Bruno não esteve no local do crime, enquanto Sérgio garantiu à polícia que o jogador presenciou o assassinato.

Provas técnicas

As cópias do inquérito, uma exigência do advogado Ércio Quaresma, que defende Bruno e os demais suspeitos – à exceção do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos e de Sérgio Sales –, foram entregues ontem. Dois agentes levaram a cópia do inquérito, de cerca de 800 páginas, para o escritório de Quaresma no fim da tarde. A equipe de defesa se dedica, desde então, a ler os documentos e os relatos feitos pelas testemunhas.

Receber os depoimentos também era uma exigência do advogado Marco Antônio Siqueira, que defende Sales. “Pretendo analisar na noite de hoje a documentação, que é extensa e precisa ser examinada cuidadosamente”, afirmou. O advogado pretende fazer com que seu cliente, que alega não ter presenciado a morte de Eliza, passe da condição de suspeito para a de testemunha do caso.

Siqueira convidou, para auxiliar na defesa de Sales, o advogado e perito Willer Vidigal, delegado aposentado com experiência em direito criminal. Vidigal, que já atuou na investigação de homicídios pela polícia mineira, vai conversar na tarde desta terça-feira com Sales para, a partir do relato, analisar provas técnicas reunidas no Instituto de Criminalística de Minas Gerais. “Meu compromisso é com a prova técnica. Se neste processo eu perceber que o Sérgio esteve no local do crime, terei que manifestar isso”, afirmou o perito.

Com agências