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Caso de espiões israelenses enfurece Líbano

O ministro libanês de Telecomunicações, Charbel Nahas, afirmou nesta sexta-feira (15) que seu país poderá se defrontar nos próximos dias com o "ato de espionagem mais perigoso de sua história".

Nahas se referiu assim à detenção de dois empregados da empresa estatal de telefonia móvel Alfa, suspeitos de espionagem a favor de Israel. "Se for demonstrado que são espiões israelenses, formam parte de uma equipe perigosa e estaremos diante talvez na presença do ato de espionagem mais grave da história do Líbano", declarou o ministro durante uma entrevista dada a emissoras de televisão.

Os dois detidos trabalhavam para a Alfa desde que a empresa foi fundada, em 1996. Um deles era funcionário do setor de manutenção e o outro trabalhava com planificação técnica. Graças a eles, Israel poderia "destruir em questão de minutos a estrutura nacional de telecomunicações", de acordo com a mídia libanesa, que divulgou nesta sexta a prisão de um terceiro agente israelense, ex-funcionário da mesma empresa.

Entretanto, o ministro disse acreditar que o "inimigo israelense" não se infiltrou no sistema nacional de telecomunicações "tão fundo como tememos", e assegurou que será possível "fechar a porta antes que as informações vazem".

No último ano e meio os corpos de segurança libaneses desarticularam ao menos 25 células de espionagem a favor de Israel e apresentaram acusações oficiais contra mais duas dezenas de pessoas. Dois supostos espiões israelenses foram sentenciados à morte em princípios de 2010.

Em uma coletiva de imprensa, o secretário-geral do Hezbolá, Seyyed Hassan Nasrallah, disse que principal motivo de Israel manter uma rede de espiões no Líbano é o de criar a discórdia entre os cidadãos do país.

Qualificando Israel como uma "entidade sionista profundamente dependente da criação de richas e instabilidades", o líder do Hezbolá afirmou que os espiões israelenses "inflingiram grandes danos ao Líbano e são merecedores da pena capital".

Nasrallah criticou o sistema judiciário do Líbano por ter tomado a questão de forma superficial e pediu que as autoridades demonstrem "mais seriedade" com o caso.

Ele afirmou também que a pena de morte deveria ser aplicada ao caso dos dois espiões "sem qualquer hesitação".

Da redação, com agências