Sem categoria

Lula rebate críticas sobre preparativos dos eventos esportivos

O presidente Lula e o ministro do Esporte, Orlando Silva, assinaram, nesta segunda-feira (19), medidas relativa a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, em cerimônia no Palácio Itamaraty, nesta segunda-feira (19). As medidas vão facilitar o financiamento de obras de infraestrutura para a realização dos eventos esportivos e definem responsabilidades de cada ente federado. A solendiade contou com a participação de representantes das 12 cidades-sede da Copa no País.

Esporte - Agência Brasil

Em seu discurso, o presidente Lula reafirmou as palavras do ministro Orlando Silva, rebatendo as críticas da imprensa de que os preparativos estão atrasados: “É insensatez”, disse Lula, acrescentando que as pessoas esquecem que tem um ritual a ser cumprido entre a decisão do Brasil sediar os jogos e as cidades-sede serem escolhidas.

“As pessoas querem comer mingau antes dele estar pronto”, afirmou Lula. E completou: “O que nós estamos fazendo aqui hoje é mostrar que as coisas estão caminhando muito rapidamente. Essa medida de hoje significa que o mingau está pronto, José Alencar”, dirigindo-se ao vice-presidente presente à solenidade, a primeira depois que recebeu alta na última quinta-feira (15), do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde se submeteu a um cateterismo.

“Agora estão definidas as cidades, os projetos, o dinheiro e outras coisas. Nessas Medidas Provisórias, estamos estabelecendo caráter excepcional para as cidades-sede tomarem empréstimos para as infraestruturas; aumentar a capacidade de endividamento para fazer parte das obras que são de responsabilidades delas”, explicou o Presidente.

Meio caminho andado

E concluiu a fala dizendo que o seu sucessor vai receber os preparativos “a meio caminho andado”.

As Medidas Provisórias também servirão para evitar repetição do caso dos preparativos dos jogos panamericanos. Lula lembrou que “nós tentamos construir pacto para dividir responsabilidades, mas não conseguimos e o que aconteceu é que estava previsto um valor e depois tivemos que colocar mais porque senão ia sobrar para o Brasil. O nome do Brasil ia ficar sujo na praça, porque faltou dinheiro ser colocado pelas autoridades estaduais e municipais.”

Na época dos jogos panamericanos, o estado do Rio de Janeiro era governado por Rosinha Matheus (na época do PMDB) e a cidade por Cesar Maia (DEM). Para Lula, o caso não se repetirá com o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB.

Lula criticou também o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB) pela indefinição sobre o local para a realização do jogo da Copa do Mundo no Estado. "Sinceramente eu não consigo imaginar uma Copa do Mundo sem São Paulo", afirmou o presidente que disse que está disposto a entrar nessa discussão. "Acho que o governador já deveria ter chamado todo mundo e não ficar brigando pela imprensa".

A MP deve mudar as regras de endividamento dessas cidades e de seus estados e reduzir a burocracia para os empréstimos. Os projetos terão linhas específicas de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Rio será contemplado duas vezes, por causa da Olimpíada de 2016.

Responsabilidade de cada um

Na solenidade, o ministro do Esporte, Orlando Silva Junior, assinou o termo aditivo à Matriz de Responsabilidades da Copa 2014 com os investimentos em portos e aeroportos. A medida define os recursos e os cronogramas das obras para as duas áreas.

A Matriz de Responsabilidades é um pacto de cooperação que define quais serão os encargos e os cronogramas de cada ente federativo na realização das obras de mobilidade urbana, estádios e entorno dos estádios.

A matriz define também os investimentos em aeroportos e terminais turísticos portuários para a Copa do Mundo de 2014. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê, entre 2011 e 2014, investimento da ordem de R$5,5 bilhões para 13 aeroportos das 12 cidades-sede. Os recursos previstos para os portos são de R$740,7 milhões. O valor é destinado à revitalização dos terminais portuários de Salvador (BA), Recife (PE), Natal (RN), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP). Os portos terão um papel importante no turismo porque permitirão aos cruzeiros atracar nessas cidades para servir de leitos temporários no período da Copa do Mundo no Brasil.

De Brasília
Márcia Xavier