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Irã sinaliza que pode rever enriquecimento de urânio no país

O governo iraniano afirmou nesta quinta-feira (29) que pode rever a decisão de enriquecer urânio a 20%, caso sejam dadas garantias de que haverá quantidade suficiente para abastecer os reatores destinados a pesquisas no país. A afirmação é do diretor da Agência de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi. De acordo com ele, o governo iraniano está aberto a propostas.

"O enriquecimento é um direito que temos com base no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares [TNP] e no determinado pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Mas isso não significa que queremos enriquecer todas as reservas a 20%, uma vez que as necessidades do reator de Teerã de combustível são limitadas”, disse Salehi.

De acordo com Salehi, o governo do Irã está aberto a propostas: “Estamos preparados para analisar as ofertas”. Em seguida, ele lembrou que o tema deverá ser objeto de uma reunião a ser marcada em setembro, depois do período religioso do Ramadã.

No último domingo (25), os ministros das Relações Exteriores do Irã, do Brasil e da Turquia conversaram sobre a retomada das negociações em torno de um acordo, em Istambul, na Turquia. A conversa ocorreu no momento em que o Irã recebe mais um pacote de medidas restritivas impostas pelos Estados Unidos e endossadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

As restrições atingem diretamente as áreas comercial e militar do Irã. A restrição pretende impelir o Irã a desistir completamente do seu programa de energia nuclear.

Em 17 de maio, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmud Ahmadinejad, do Irã, além do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, fecharam um acordo que permitiria encerrar o impasse sobre o programa nuclear. O acordo foi torpedeado pelos Estados Unidos.

Pelo acordo, o Irã enviaria 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberia 120 quilos do produto enriquecido a 20%.

O governo iraniano informa que o programa nuclear tem fins pacíficos. Há planos para o uso do produto na fabricação de medicamentos e geração de energia e as portas do programa sempre foram abertas aos investigadores da Aiea. Mas os Estados Unidos pressionam o país para que encerre seu programa, alegando que teria fins militares.

Da redação, com agências