Capistrano: Por que Carlos Eduardo?

Fui vice-prefeito de Mossoró por duas vezes, nas duas últimas gestões de Rosalba Ciarlini Rosado (1997/2004) e, exerci, também, o mandato de deputado estadual, na 55º legislatura da nossa Assembleia Legislativa (1991/1994), tendo como um dos colegas de bancada o deputado Carlos Eduardo Alves, fazíamos parte da bancada oposicionista ao governo José Agripino Maia. Bancada essa da qual fui líder durante quase todo o mandato. Já Iberê Ferreira de Souza eu acompanho sua trajetória política desde o MDB, no início dos anos setenta. Portanto, eu posso dizer que conheço há bastante tempo os três principais candidatos, este ano, ao governo do estado.

carlos eduardo nunes alves
São três candidaturas surgidas na lide política. São candidaturas legítimas, escolhidas pelos seus respectivos grupos dentro do processo que a legislação eleitoral e partidária determina. Cada uma representa uma visão administrativa de governo. Dois deles, Carlos/Iberê, muito parecidos, dentro de um mesmo projeto político e administrativo, a nível nacional. O terceiro nome, Rosalba, tem uma visão oposto dos seus dois concorrentes. A base doutrinária do partido dela é o neoliberalismo, portanto uma visão antagônica do PDT e PSB. São esses os três nomes que estão efetivamente disputando o cargo de governador do estado. Nomes com uma presença há bastante tempo na vida política, portanto fácil de serem avaliados e comparados.

Rosalba Ciarlini Rosado traz no seu histórico partidário a marca do seu grupo e dos seus apoiadores, ideologicamente de direita, tendo no seu DNA partidário a presença da UDN, ARENA, PDS, PFL, agora chamados de Democratas. Portando, são neoliberais até a medula. É o grupo que luta pela diminuição do estado, privatista por convicção, tem se posicionado contra os movimentos sociais e se colocado contra o governo do presidente Lula. Inclusive, trabalhando através da sua bancada federal, na câmara e no senado, para emperrar o projeto que o governo Lula vem executando, ele tem se posicionado contra a política interna e externa do atual governo, essa é a prática do grupo que dá sustentação política a Rosalba. Vale ressaltar que ela teve uma passagem relâmpago pelo PDT (1988), um partido de esquerda, mas logo após a sua eleição para prefeita de Mossoró retornou ao seu verdadeiro partido, inclusive ela votou na eleição seguinte (1989) em Collor de Melo para presidente da república.

Hoje, com o alto índice de popularidade do presidente Lula e diante do processo eleitoral, até o líder do DEMO no senado, José Agripina Maia tenta esconder a sua condição de oposicionista, ele tem elogiado o governo Lula, dizem que é com medo de perder votos e, a senadora Rosalba também tem tido essa mesma atitude, ela não assumiu, até hoje, a candidatura tucana/demo de José Serra. Rosalba foge de Serra como diabo foge da cruz. É evidente que caso ela seja eleita vai executar o programa do seu partido, um programa neoliberal, antítese do programa do atual governo ou de um possível governo Dilma Rousseff. A vitória de Rosalba representa uma derrota do presidente Lula aqui no estado e dos partidos da base política do governo – o PT, PSB, PCdoB e PDT. Rosalba no governo seria o retorno da política neoliberal que caracterizou e marcou profundamente os governos de José Agripino e de Garibaldi Filho, portanto um retrocesso na luta da classe trabalhadora contra o neoliberalismo predador e antipovo que tanto estrago fez ao nosso estado e ao nosso país.

Já o governador Iberê Ferreira de Souza, que tenta a reeleição, tem uma trajetória política que vai dos partidos de esquerda aos partidos neoliberais, hoje ele é filiado ao PSB – Partido Socialista Brasileiro, um partido que pela sua própria denominação é antiliberal, é socialista. Além do mais Iberê tem apoiado de forma clara o governo do presidente Lula e a candidatura de Dilma Rousseff a presidente da república, ele está no campo de luta das esquerdas. Iberê é um político experiente, conhece a história política tupiniquim, sabe quem é quem na política/partidário aqui no estado. Iberê tem um bom trânsito em Brasília, tem um histórico de mais de 40 anos na vida pública, ele vem fazendo uma campanha sem ataques pessoais, sempre deixando uma porta aberta a um possível entendimento com as outras forças progressistas que disputam o governo do estado. Os comunistas não podem tratá-lo como inimigo, ele é um adversário contextual, mas pode ser um aliado em um eventual segundo turno.

Agora, por que Carlos Eduardo Alves? Por que ele é um político progressista, tem um excelente histórico de relacionamento com as forças de esquerda do Rio Grande do Norte. Como deputado estadual sempre esteve ao lado dos movimentos sociais, mesmo quando o seu partido, na época o PMDB, foi governo, ele se posicionava ao lado dos trabalhadores. Lembro dos movimentos reivindicatórios, que na nossa época de deputado eram muitos, o governador era José Agripino Maia, época de arrocho salarial, de um governo neoliberal desmontando a máquina administrativa do estado, motivo dos movimentos grevistas – era greve da polícia militar, dos professores, dos médicos, dos funcionários públicos. Outras lutas que contávamos com Carlos Eduardo foi pela reabertura do bandern; em defesa dos sem terra; em defesa de políticas públicas; da transparência dos gastos públicos; contra o sucateamento da máquina estatal.

Em todos os momentos Carlos Eduardo estava lá defendendo os interesses do nosso povo. No executivo, como Secretário da Cidadania, ele fez um excelente trabalho, deixando marcas importantes com ações em benefícios da classe trabalhadora. Na condição de prefeito da nossa capital a sua administração foi marcada pela seriedade, pela ética e pelo respeito ao povo natalense. As suas ações administrativas com políticas públicas, em todas as áreas do interesse coletivo, o qualificou como um administrador competente, sério e honesto. A gestão de Carlos Eduardo como prefeito da capital do estado foi marcante, o credenciando para ser governador do Rio Grande do Norte.

Carlos Eduardo Alves é o único candidato que vem debatendo com a sociedade norte-rio-grandense um verdadeiro programa de governo, além disso, apoia Dilma Rousseff para presidente da república e tem na chapa majoritária o jornalista Sávio Hackradt, do PCdoB, como candidato ao senado. Sávio é a diferença para o senado. Portanto é uma composição progressista, por tudo isso, avaliando e comparando os três principais nomes que disputam o governo do estado, indico aos meus amigos e amigas de todo Rio Grande do Norte, o nome de Carlos Eduardo Alves para governador do Rio Grande do Norte e Sávio Hackradt para o senado, na certeza de que teremos um governo democrático, competente, sério, honesto, ético e comprometido com o nosso povo e, um senador em Brasília com as mesmas características, lutando pelo nosso estado e pelo nosso povo.
 

                                              Antonio Capistrano – foi reitor da Uern, deputado estadual, vice-prefeito de Mossoró, é filiado ao PCdoB.