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Betinho é anistiado em julgamento público na Câmara

“Em nome do estado brasileiro, hoje queremos pedir desculpas pelos erros que o nosso país cometeu contra o senhor no passado”. Com essas palavras o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, conclui mais um julgamento de anistia, na tarde desta quarta-feira (18), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Desta vez, o pedido de desculpas era dirigido ao sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, falecido em 1997. A viúva de Betinho, Maria Nakano, recebeu o pedido formal de desculpas.

O julgamento de Betinho e mais seis outros perseguidos políticos pela ditadura militar aconteceu durante a 41ª Caravana da Anistia, como parte da programação do 4º Seminário Latino Americano de Direitos Humanos e Anistia Política, promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Betinho foi um dos fundadores da organização marxista Ação Popular (AP), que atuou na resistência contra a ditadura militar, e um dos símbolos da campanha pela anistia. No começo da década de 1970, foi para o exílio. Morou no Chile, Panamá, Canadá e México. Em 1979, retornou ao país. Dedicou-se ao Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas (Ibase) e defendeu intensamente o direito à vida e a dignidade dos portadores do vírus da aids. Hemofílico, contraiu a doença em uma transfusão de sangue.

Além de Betinho, outros seis brasileiros foram anistiados durante a 41ª Caravana da Anistia: o jornalista Mário Alves de Souza Vieira, o camponês José Moraes Silva, o escriturário Raul de Carvalho, o diplomata Jom Tob de Azulay, o militar Jeferson Cardim de Alencar Osório e a professora Maria do Socorro Diógenes.

De Brasília
Com agências