Como recuperar a imagem do Senado perante a opinião pública?

Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte , o candidato ao Senado pelo PCdoB, Sávio Hackradt, falou acerca das medidas a serem adotadas para melhorar a imagem da instituição.

“É uma pouca vergonha. O Senado, infelizmente, como acontece com todas as demais casas representativas brasileiras, está com a imagem extremamente desgastada, graças ao comportamento nem um pouco republicano de parte de seus integrantes. Pessoas inescrupulosas, que fazem do exercício do mandato político apenas um meio de se locupletar e aos seus  e terminam por macular as instituições.

O que fazer?

Restaurar a credibilidade, a respeitabilidade, depende, primeiro, de nós eleitores, que podemos e devemos usar o poder e a força do nosso voto para mandar de volta para casa todos aqueles que descumprem com as suas obrigações e usam seus mandatos para favorecer a si mesmos ou aos interesses dos seus grupos políticos, em detrimento da coletividade. Nós cidadãos, não podemos simplesmente dizer “eu odeio a política e os políticos” e tirar o corpo fora como se isso não fosse responsabilidade nossa ou não nos atingisse. O mau político prejudica a todos, não nos enganemos.

"Quando nos eximimos de responsabilidade, deixamos ficar como está, ou até contribuímos com as falcatruas, trocando votos por favores pessoais, mais do que coniventes estamos sendo partícipes, co-responsáveis pelas bandalheiras.

Não reeleger os maus políticos é uma forma eficaz de garantir a melhoria da qualidade da nossas representação política. Quando nós, como nação, compreendermos e praticarmos esse nosso direito indelével de usar o voto como instrumento de transformação, nós, enfim, poderemos ter representações políticos de qualidade.

Além disso, temos que exercer severa e permanente vigilância sobre o que acontece nas casas representativas, cobrando a punição dos que não cumprem seus mandatos dentro dos parâmetros da ética, da legalidade e da defesa dos interesses da coletividade.

Mas há que se adotar, também, nas instituições, medidas internas, que garantam, de forma eficaz, a fiscalização do exercício parlamentar. Os conselhos de ética das casas legislativas brasileiras, infelizmente, têm se mostrado pouco eficientes. Não raro temos visto alguns desses conselhos conduzindo processos para salvar parlamentares enredados em falcatruas. Isso prova que o sistema hoje utilizado está falho e precisa ser remontado, com mecanismos mais rígidos de controle e punição. Os códigos de ética aplicados têm brechas que precisam ser corrigidas. Da mesma forma que não pode ser premiado com a reeleição, o mau político não pode ser salvo pelo corporativismo. Se exercermos estes direitos, garantiremos melhores bancadas”.