Sarkozy e Barroso batem boca por causa de expulsão de ciganos
A polêmica gerada pela expulsão de ciganos da França elevou-se nesta quinta-feira (16) durante uma acalorada discussão entre o presidente Nicolás Sarkozy e o chefe da Comissão Europeia (CE), o português José Manuel Durão Barroso.
Publicado 16/09/2010 16:40
Segundo a mídia europeia, Sarkozy dirigiou-se a Barroso com "palavras fortes", tentando defender-se das críticas do executivo comunitário diante da expulsão de cidadãos romenos e búlgaros de etnia cigana.
A troca de palavras ocorreu durante a cúpula extraordinária de chefes de Estado e governo da União Europeia, realizada em Bruxelas.
Conforme o eurodeputado búlgaro Boyko Borisov, à margem do encontro, Barroso e Sarkozy fizeram uma dura troca de opiniões sobre o tema das expulsões.
"Não houve gritaria, mas eu disse abertamente o que a França pensa. Continuaremos a trabalhar com Barroso sem problema", tentou desmentir à Sarkozy, questionado pela mídia após a reunião sobre o bate boca.
A vice-presidente da CE e comissária de Justiça da União Europeia, Viviane Reding, anunciou na última segunda-feira (13) que o organismo poderá tomar sanções contra Paris "por supostas violações ao direito regional".
Viviane anunciou a abertura por via rápida de um processo contra a França. "Até que prove o contrário, o governo de Sarkozy violou as leis europeias", assegurou Viviane.
Barroso, por sua vez, fez a defesa da funcionária, embora tenha "suavizado" algumas palavras utilizadas por ela que poderiam ser interpretadas como uma comparação entre a política francesa de "repatriações" e as deportações de judeus e ciganos pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
A França tenta justificar as expulsões utilizando uma diretriz da UE, de 2004, que regula a permanência de cidadãos comunitários por três meses no bloco, unicamente no caso de se manterem sem trabalho ou ter cobertura médica, condições difíceis de cumprir pelos ciganos.
Com informações da Prensa Latina