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PC Francês: Pela revolução contra o poder do mercado financeiro

Realizada de 10 a 12 de setembro, a 80ª festa do jornal L’Humanité, do Partido Comunista Francês (PCF), reuniu mais de um milhão de participantes. A festa tem dimensões enormes e uma série de stands e palcos com variados shows, milhares de atrações e atividades, stands de organizações do PCF de todas as regiões da França.

Destacou-se na festa a grande presença de trabalhadores e jovens, além de stands de associações populares e movimentos sociais e também stands de outras organizações políticas de esquerda, em especial, as que compõem, junto com o PCF, a Frente de Esquerda.

Este ano o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) participou da festa, representado por Ricardo Alemão Abreu, Secretário de Relações Internacionais e também por camaradas que vivem na Europa e com um stand que continha materiais políticos do PCdoB. Além disso, os franceses faziam fila para experimentar a caipirinha brasileira.

“A festa é muito impressionante, pois é uma festa comunista de dimensões extraordinárias com ampla participação popular”, observou Alemão.

Houve vários encontros durante a festa, nos quais representes do PT e do PCdoB fizeram debates sobre questões da América Latina.

“A festa também foi mais uma oportunidade para que o PCdoB e o PCF aprofundassem as relações de amizade, camaradagem e cooperação”, comentou o secretário de Relações Internacionais do PCdoB.

No domingo (12), durante o encerramento, foi realizado um grande comício no palco principal, com o gramado completamente lotado, onde Pierre Laurent, secretário nacional do PCF, proferiu um discurso.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Laurent:

Queridos amigos e amigas, queridos camaradas,

Acabamos de escutar o apelo lançado por Florence Aubenas nesta tribuna pela libertação de Stéphane Taponier, Hervé Ghesquière, e colegas afegãos. Esses jornalistas do canal France 3 estão presos há 257 dias.

Deste elevado lugar da solidariedade internacional que é a festa do Humanité, quero expressar toda a minha solidariedade e a do Partido Comunista a todos aqueles e aquelas que desenvolvem este combate por sua libertação e em primeiro lugar às suas famílias.

Sim, é urgente! É urgente a libertação de Stéphane Taponier e de Hervé Ghesquière. E a libertação de seus colegas afegãos!

Renovando este apelo, vêm infelizmente à minha memória os odiosos comentários vindos dos Campos Elísios (sede da Presidência da República. N. do T), que tiveram a petulância de reprovar esses homens corajosos por terem assumido riscos de maneira “imprudente”.

Não. Senhor presidente, nada há de “im-pru-den-te” no fato de informar o mundo sobre a realidade da guerra do Afeganistão! Esses homens realizaram seu trabalho com coragem e responsabilidade.

Não são os jornalistas que tornam o mundo perigoso. Nosso dever comum é sair de lá rapidamente.

Nesta 80ª Festa do Humanité, lembremo-nos das palavras de Paul Vaillant-Couturier: “A inteligência, dizia ele, defende a paz. A inteligência tem horror à guerra”.

Então, meus amigos, meus camaradas, é chegado o tempo de deixar a inteligência falar e de todos gritarmos juntos: Retirada das tropas! Retirada das tropas da Otan e das tropas francesas do Afeganistão!

Sim, nós proclamamos! Não haverá futuro comum para os povos senão num mundo de paz, de cooperação e de solidariedade!

Um mundo onde o direito internacional seja respeitado.

Um mundo onde a igualdade dos direitos seja a regra.

Um mundo em que os povos sejam livres

Não nos resignemos jamais às injustiças que desfiguram nosso planeta. Penso em particular à que mantém um povo na pobreza, na humilhação e no desespero: Refiro-me à opressão pelo Estado de Israel ao povo palestino.

Solidariedade com os palestinos. Solidariedade com o conjunto dos povos oprimidos!

Basta com a impunidade dos dirigentes israelenses!

Sim, é necessário dois Estados vivendo em segurança, com um Estado palestino nas fronteiras de 1967 tendo Jerusalém Leste como capital.

Sim, exigimos o desmantelamento das colônias e do muro de anexação, o fim do bloqueio a Gaza, a libertação de todos os prisioneiros, a libertação de Guilat Shalit et Salah Hammouri, a libertação de Marwan Barghouti e dos 10 mil prisioneiros palestinos!

Sim, apelamos a ampliar a campanha internacional e não violenta do boicote e de sanções, campanha que cresce inclusive em Israel. Pois a solidariedade internacional pode ser justificada por razões de luta contra a injustiça, pelo direito e a paz!

Comecei com estas palavras, meus amigos, meus camaradas, pois isto mostra bem o que nos opõe a esse mundo capitalista. Sua lógica é a guerra a serviço dos interesses de uma minoria de ricaços.

Nosso objetivo deve ser a paz e a cooperação em benefício de toda a humanidade.

Desde há três anos e meio estamos submetidos, com Nicolas Sarkozy, ao poder mais retrógrado, mais brutal, mais autoritário que se possa imaginar.

Esse poder não tem qualquer espécie de respeito pelo trabalho e os trabalhadores. Esse poder reúne um bando, a nova aristocracia financeira, aquela que busca seu lucro no cassino financeiro do capitalismo mundializado. Ele está em guerra contra o mundo do trabalho. É necessário que nós, o mundo do trabalho, lhe declaremos uma guerra cidadã e pacífica.

Neste verão, pronunciando seu discurso em Grenoble, o presidente da República pretendeu em nome da segurança declarar guerra aos bandidos e traficantes. Mas a única segurança de que esses homens, Sarkozy, Fillon, Hortefeux, Woerth e Besson sempre se ocuparam, é a das transações financeiras; é a segurança dos lucros das 40 maiores empresas e dos grandes bancos; é a segurança das grandes fortunas.

Então, basta de hipocrisia e de sujas manipulações!

O poder de Nicolas Sarkozy e do Medef (a Confederação patronal francesa) é a guerra aos salários, ao poder de compra da população, às garantias coletivas, aos CDI para ceder lugar aos lucros financeiros!

Vocês sabem que os vinte primeiros grupos empresariais franceses 40 vêm de acumular em plena crise um tesouro de 80 bilhões de euros!

Sabem que um dos primeiros dentre eles, a empresa Sanofi-Aventis, suprime hoje milhares de empregos, transfere para outros lugares o potencial industrial francês e se permite, ao mesmo tempo, realizar uma Oferta Pública de Aquisição de mais de 15 bilhões de euros sobre uma firma americana. Vocês entenderam bem, meus amigos: 15 bilhões de euros!

Vocês sabem que a Total continua se recusando a reabrir a refinaria de Dunquerque, apesar do julgamento que deu razão aos assalariados em luta. Bem, vocês sabem a quanto monta o ritmo mensal médio dos seus lucros? Um bilhão de euros! Isto permite sonhar, não? Um bilhão de euros por mês!

O poder de Nicolas Sarkozy e do Medef é a guerra aos serviços públicos, aos Correios, que querem privatizar, ao hospital que querem despedaçar para deixar livre o terreno às clínicas privadas, à escola, que pretendem desorganizar para melhor mercantilizar a educação.

A única inovação pedagógica que esse governo se mostrou capaz de fazer é o envio de milhares de estudantes para ensinar sem nenhuma formação. E são os mesmos, os campeões do menosprezo pelos professores e seus alunos que se indignam à menor fagulha de violência nos estabelecimentos de ensino. Zombam de quê?

A legião de honra, senhor Sarkozy, não é a gestora da fortuna de Bettencourt, para o sr. Patrice de Maistre, que deve devolver, com ou sem carta de recomendação de Eric Woerth! É para os funcionários da saúde, os professores, a todos os que trabalham duro pelo interesse geral da sociedade e não recebem hoje senão o menosprezo. Eles o merecem verdadeiramente.

Esses realmente merecem!

Guerra, ainda, contra as liberdades, a República e seus valores, guerra aos ciganos, aos pobres, aos jovens, aos “franceses de origem estrangeira”!

Pronunciando o discurso de Grenoble, você sujou a França, senhor Sarkozy. Você traiu seus ideais republicanos. No dia 4 de setembro, o país lhe mostrou o cartão vermelho que essa política indigna merece.

Não, a França não se reconhece mais em vossa política, senhor Sarkozy e o mundo não reconhece mais a França!

Quero aqui, mais uma vez, prestar homenagem a todos esses militantes da solidariedade, que não se curvam a vossas leis liberticidas, que seguem obstinadamente , sem relaxar, seu trabalho de solidariedade!

Quero aqui, mais uma vez, prestar homenagem aos trabalhadores indocumentados que, com uma incrível coragem fizeram recuar a arbitrariedade e a exploração depois de oito meses de uma greve exemplar! E nós estaremos todos à espera do concerto de rock dos indocumentados no próximo sábado em Bercy.

Esta é a França em que nos reconhecemos, esta que mistura suas cores para se unir em torno de uma única e mesma divisa: “Liberdade, i-gual-da-de, fraternidade”!

O poder de Nicolas Sarkozy e do Medef é a guerra, ainda e sempre, contra os direitos das mulheres, primeiras visadas pelas desigualdades salariais, a jornada precária, a reforma das aposentadorias.

É a guerra contra os jovens, condenados à precariedade, assimilados a uma classe perigosa, suspeitos de delinqüência unicamente porque vivem nos bairros populares…

Bem, nós pensamos que é chegado o tempo de acabar com esse mundo, com esse regime despótico e arcaico.

Em oposição a esse mundo machista e anti-jovens, cremos que é chegado o tempo de uma nova era de igualdade, onde a emancipação das mulheres e o desabrochar dos jovens libertarão toda a humanidade da dominação!

Em oposição a esse mundo da grana a todo preço, nós acreditamos no contrário, que chegou o tempo de uma nova era democrática em que o poder do povo prevalecerá sobre o do dinheiro, onde o reconhecimento e a libertação do trabalho humano prevalecerão sobre sua exploração!

Em oposição a esse mundo totalmente concorrencial, acreditamos que chegou o tempo de uma nova era do bem comum e do serviço público.

Em oposição a esse mundo do medo e da estigmatização, acreditamos que chegou o tempo de uma nova era de fraternidade, em que a livre circulação das mulheres e dos homens ocupará ó lugar da livre circulação dos capitais!

Sim, queremos uma revolução social contra o poder dos mercados financeiros, uma revolução cidadã e democrática contra a monarquia sarkozysta, uma revolução em nossos modos de vida contra as lógicas do lucro que nos alienam.

Eis o mundo pelo qual combatemos! Suponho que vocês não tiveram tempo de seguir os trabalhos da universidade do Medef…

Laurence e seus pequenos colegas tiveram o cuidado de evitar dizer uma palavra a mais sobre as aposentadorias e preferiram falar sobre, adivinhem o quê? A “estranheza do mundo” e seu “modo de emprego”…

Bem, podemos recordá-los, seu mundo é efetivamente bastante estranho.

Quando se sabe que 3% da fortuna pessoal de Madame Bettencourt, ou seja, 460 milhões de euros seria suficiente para a ONU socorrer o Paquistão depois das dramáticas inundações que devastaram esse país e que o povo paquistanês continua esperando esta ajuda, isto nos causa náuseas!

Quando se sabe que a gigante petrolífera BP derramou 780 milhões de litros de petróleo no mar, sujando um dos ecossistemas mais ricos do planeta, e tudo isso para fazer uma economia de algumas dezenas de milhares de dólares em válvulas de segurança… sim, temos náuseas.

Quando o Medef fala de “estranheza do mundo” e de seu “modo de emprego”, é necessário decididamente compreender: “Estrangular o mundo, modo de emprego”!

Francamente, essa mundialização capitalista que polui, que mata, que explora e escraviza faz doravante pesar uma grave ameaça sobre o futuro da humanidade e do planeta.

Nós mudamos de época. Terminou o século 20 ao final do qual o capitalismo pretendia ser o horizonte intransponível da história! É de outra civilização que temos necessidade!

E é por isso – estou convencido – que somos hoje cada vez mais numerosos a pensar que chegou o tempo para pensar diferentemente o futuro, é por isso que somos milhões a pensar que os feitos da crise capitalista nos levam à catástrofe, é por isso que somos milhões recusar a embarcar na máquina de refazer o tempo de Nicolas Sarkozy, sim é por isso que a luta pelas aposentadorias adquiriu, em poucos meses, a amplitude que conhecemos hoje. E não descansaremos, nós iremos derrota-lo, senhor Nicolas Sarkozy.

Nicolas Sarkozy fez disso uma batalha maior, mas o país também: cada um pouco a pouco compreendeu, é um choque de sociedade essencial que está em questão. De um lado, aqueles que ignoram o sofrimento do trabalho, o repouso merecido, a solidariedade compartilhada e que estão prontos para sacrificar essa conquista maior do direito à aposentadoria aos 60 anos, que eles consideram apenas como um custo, sobre o altar do aumento dos lucros financeiros.

De outro lado, aqueles que, como nós, pensam que chegou o tempo de uma nova era da civilização onde o tempo trabalhado e o tempo de repouso são reconciliados, uma era de formação e de cultura, uma era de empregos úteis para todos, uma era em que a solidariedade entre gerações garante o acesso de todos a uma vida decente e aos mesmos direitos.

E que não nos venham dizer que a esperança de vida permitiria trabalhar até 67 anos. Um estudo que vem de ser publicado indica que a esperança de vida em boa saúde é de 63 anos para os homens e de 64 para as mulheres. O sofrimento no trabalho, senhores do governo e do patronato, vocês não conhecem, mas ele existe! E eu digo aos trabalhadores deste país: sejam orgulhosos, levantem a cabeça pois vocês são a riqueza da França!

Nós vivemos uma mobilização social fenomenal. O povo está voltando a se mexer. Milhões de mulheres e homens uniram suas forças e conseguiram travar a engrenagem governamental.

Nós éramos mais de 2 milhões e 700 mil pessoas em 7 de sembro! E ainda não acabou!

O poder tem medo e se sente ameaçado porque essa mobilização social põe a questão que ele constantemente evita: por que proteger o capital em detrimento dos homens?

Esse poder foi desmascarado! E aconteça o que acontecer, nada será como antes. Neste qüinqüênio de Sarkozy, ele terá sucessivos 7 de setembro!

É necessário que escrevamos juntos o pós 7 de setembro. Todos devemos dotar-nos dos meios para ganhar e derrotar Sarkozy.

Invistamos todos nas assembléias eletivas, invadamos as praças públicas, reunamo-nos e demos o tom.

Amplifiquemos a campanha de petições lançada pela Frente de Esquerda – o Partido Comunista e o Partido de Esquerda.

Façamos esse poder conhecer nossa determinação. Tenho em mãos um belo cartão postal no qual se lê: “Basta, Sarkozy, não relaxaremos!” Bem, queridos amigos, proponho que enviemos milhões de exemplares deste ao Palácio dos Campos Elíseos. Pois é gratuito escrever ao nosso “querido” presidente, não nos privaremos disso!

Que o governo não sonhe com uma pausa social, estaremos mobilizados de novo em 15 de setembro em todo o país e eu os conclamo a serem numerosos nesse dia às 12 horas na Praça da Concórdia em frente à Assembleia Nacional, por convocação da intersindical de Ile de France!

E nós seremos ainda mais numerosos em 23 de setembro a fazer a greve e a marchar de um lado a outro.

Quero aqui saudar o combate dos parlamentares comunistas na Assembléia Nacional. Bravo! O contra-projeto de lei que eles elaboraram com seus parceiros do Partido de Esquerda demonstra que uma outra reforma das aposentadorias é necessária. Bravo para eles. Creio que podemos aplaudi-los.

O anúncio da adoção na Assembleia do artigo que muda a idade da aposentadoria para 62 anos não deve nos deter. O que foi feito pode ser desfeito. Nós já o conseguimos em 2006 quando obrigamos o poder a recuar na questão do contrato do primeiro emprego após sua adoção pela Assembleia Nacional. Nós podemos conseguir também agora.

E quero dizer que se trata do dever de todas as forças de esquerda estar à altura. Os assalariados estão unidos, eles têm necessidade de um compromisso em favor da manutenção da aposentadoria aos 60 anos, com pagamento pleno e sem alongamento da duração da contribuição! O dinheiro existe. Façamos com que as rendas financeiras paguem. Este, estejam certos, é o compromisso que o PCF assume!

E eu quero insistir hoje diante de vocês, nesta batalha, já é o pós-Sarkozy que está sendo escrito.

Devemos construir juntos compromissos claros e sem ambigüidade das forças de esquerda: compromissos claros sobre os serviços públicos, sobre o emprego, sobre a educação…

Sim, claros e sem ambigüidade em todos os domínios.

Falemos claramente: Todos sabemos que a esquerda não tem estado à altura desse desafio.

É por esta razão que o Partido Comunista, o Partido da Esquerda, a Esquerda Unitária se engajaram na construção de uma Frente de Esquerda.

Uma frente de luta, de união e de elaboração política que, do coração da esquerda, já abriu um caminho de esperança em que todas aquelas e todos aqueles que queiram podem se encontrar.

Empenharemos toda a nossa energia a dar um novo ela a essa frente, pois chegou a hora de repor no centro de gravidade da esquerda os desafios dos quais ela jamais deveria ter-se afastado!

Não queremos mais uma sociedade que desumanize nossa vida. Não queremos mais uma política a soldo dos mercados financeiros. Contra o pacto do dinheiro que eles selaram no Fouquet’s em 2007, chegou o tempo de construir, juntos, um pacto de união popular. Contra a solidariedade do Fouquet’s deve crescer uma outra solidariedade, a solidariedade do povo!

Sim, união popular para satisfazer as necessidades humanas buscando o dinheiro onde ele está!
União popular por ume sociedade de novas liberdades tanto nas empresas como nas instituições!

União popular por uma sociedade de igualdade de direitos e de redistribuição eqüitativa da riqueza, uma sociedade fraterna, solidária e de compartilhamento a serviço do bem comum.

Sim, meus amigos, construamos juntos um pacto de união popular por uma sociedade onde o florescimento de cada um seja a condição para a emancipação de todos!

Este projeto compartilhado, posso lhes assegurar, nós o levaremos unidos quando vierem as eleições de 2010.

Na Frente de Esquerda não haverá lugar para a guerra de egos. A política espetáculo é o que mata a política. Não permitam o confisco do debate político. Lanço aqui um apelo a todos vocês e a todos que estão engajados nas mobilizações sociais: joguem toda a energia na tarefa de fazer esse debate. Cumpram a sua tarefa. Vocês poderão contar conosco, poderão contar comigo, para pôr o Partido Comunista a serviço dessa ambição.

Percorrendo as alamedas da festa, milhares de vocês já deixaram suas coordenadas para participar na elaboração deste pacto. Vocês são muito numerosos a querer estar nesse pacto de imediato. E, quando eu vejo o clima de mobilização social que reina neste país, eu me digo que dentro de alguns meses, nós poderemos ser centenas de milhares de cidadãos, de assalariados, de militantes sindicais, associativos, a nos encontrar nessa démarche. Os comunistas tudo farão para chegar a esse resultado!

Queridos amigos, queridos camaradas, algumas palavras sobre o Partido comunista. Desde a minha eleição ao secretariado nacional deste partido tenho merecido todo os tipos de banalidades possíveis e imagináveis : nós iríamos morrer a fogo brando ou iríamos ser engolidos crus. Quero dizer aqui que ainda está para nascer aquele que vai enterrar ou engolir o partido comunista!

Tenho consciência do trabalho que está diante de nós para conduzir com sucesso a obra de renovação do partido comunista . Os primeiros meses que tenho passado á frente deste partido me confirmam o imenso potencial de nosso coletivo militante e a nova disponibilidade de muitos dentre vocês diante de nossas idéias e de nossos combates.

A esquerda tem necessidade do partido comunista e esta é também sua tarefa.

Queridos amigos, queridos camaradas,

Em 4 e 7 de setembro últimos nas ruas do país e depois aqui em La Courneve, durante todo este final de semana, foi a vida que falou! É a vida que sai por cima!

A vida está do lado de todos aqueles que se levantaram por uma reforma justa e solidária das aposentadorias.

A vida está do lado dos assalariados corajosos da Total Dunquer, de Manpower Nanterre, de Continental-Foix, dos professores e dos funcionários dos hospitais públicos.

A vida está do lado dos militantes das redes de Educação sem fronteiras e dos trabalhadores indocumentados!

A vida está do lado de todos aqueles que resistem, se reúnem, se unem e recusam deixar sacrificar seus filhos!

É chegado o tempo para o povo retomar o poder. Unamos nossas forças pois chegou o tempo de mudar de era!

Sim, meus amigos, meus camaradas, unamos nossas forças. Sim, como nos conclamou Ferrat “Chegou o tempo da dor sucumbir”!

Tradução da Redação do Vermelho