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Campanha na Venezuela entra em fase crucial

A campanha eleitoral dos partidos políticos venezuelanos entrou na sua fase final, em meio a manifestações de rua, o habitual desdobramento da propaganda e ataques entre a aliança governista e a oposição. Caravanas e concentrações da chamada 'máquina vermelha', composta pelos partidos Socialista (PSUV) e Comunista dominam, até agora, os cenários na ante-sala das eleições parlamentares.

Manifestações são muitas vezes comandadas pelo presidente Hugo Chávez, líder do PSUV, que, frente às críticas de adversários, defendeu seu direito de participar dos eventos.

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Paralelamente, ativistas da organização conseguiram entrevistar cerca de quatro milhões de venezuelanos para determinar suas preferências de voto e difundir propostas para o próximo período legislativo. Quase dois milhões de membros participaram da iniciativa, com base na comunicação cara-a-cara com o povo.

Para neutralizar a pressão dos socialistas, a Mesa da Unidade, que aglutina uma dezena de grupos de oposição, anunciou semanas atrás a ativação da operação Amarre, desenvolvida nos bairros com fins proselitistas, sem que até agora transcenda o resultado da gestão.

A poucos dias da votação, marcada para 26 de setembro, se agravam as divergências entre os postulalntes e assombra o fantasma da sabotagem. O governo federal está investigando agora sucessivas falhas que ocorreram em subestações elétricas e linhas de transmissão, atribuídas a ações desestabilizadoras dos grupos de oposição.

Com o aumento das suspeita de atentado, o chefe de Estado convocou a preservar as instalações do setor com o reforço de patrulhamento e vigilância aérea. Na sua opinião, as ações fazem parte de uma agenda violenta, incentivada pela burguesia e seus aliados, para desestabilizar o país no contexto prévio às eleições legislativas.

Analistas disseram que a principal limitação da oposição consiste em sua incapacidade de exibir um projeto político convincente. Além desta lacuna, alguns cientistas políticos acreditam que é um erro concentrar grande parte das suas iniciativas em críticas negativas a seus rivais.

A questão da insegurança e o anúncio de uma futura lei de desarmamento são dois dos temas usados como ponta de lança para tentar convencer os eleitores. Para os socialistas, se trata de uma manobra a mais para tentar desacreditar os esforços do Executivo no combater ao crime e as gestões do Parlamento, que já discute uma legislação para deter a proliferação de armas de fogo.

As repetidas acusações contra Chávez e o Conselho Nacional Eleitoral, árbitro do processo, também predominam no discurso da oposição. "Eles estão montando uma mentira que gere uma matriz de opinião sobre supostas fraudes, a fim de incendiar o país", disse o estadista. "Podem gritar o que quiserem, mas não permitiremos que inflamem a Venezuela", sublinhou quarta-feira passada, após instar os participantes a reconhecerem os resultados eleitorais.

"Vamos trabalhar arduamente todos esses dias rumo ao 26 de setembro, para ganhar o pleito nas urnas", disse ele. A cada cinco anos, os venezuelanos renovam o poder legislativo. A votação será totalmente automatizada e as autoridades eleitorais se preparam para instalar 36,7 mil mesas de votação, distribuídas por mais de 12 mil centros.

Para os socialistas e seus aliados é fundamental preservar a maioria qualificada na Assembleia Nacional, para poder legislar sem entraves, assegurando assim a continuidade das mudanças iniciadas há 11 anos.

Fonte: Prensa Latina