PCdoB-SP avalia 1º turno e decide intensificar campanha pró-Dilma

Nesta quarta-feira, 13/10, a Comissão Política Estadual do PCdoB de São Paulo avaliou a vitória obtida pelo partido no Estado, com a eleição de dois deputados federais, dois estaduais e uma votação histórica para o Senado Federal. Debateu, também, a mobilização da militância para garantir a eleição de Dilma no 2º turno.

Caminhada por Carapicuíba - Felipe Carvalho

A presidente estadual do partido, Nádia Campeão, fez uma análise geral do 1º turno para a eleição presidencial. Ressaltou a ofensiva dos setores de oposição e da mídia conservadora e o crescimento da candidatura de Marina Silva na reta final, estimulada pela oposição como meio de garantir o 2º turno.

Para Nádia, Dilma Rousseff entra no 2º turno como a candidata favorita para a disputa da presidência, “mas isso vai depender muito de como o segundo turno será conduzido, se seremos bem sucedidos em mostrar os êxitos do governo Lula, o papel que a Dilma cumpriu nesse processo, o amplo apoio político e popular que a candidatura possui e o nível de atração dos votos que foram dados à Marina”, avalia.

Assim, apesar de Dilma ser favorita, a avaliação do PCdoB é de que a eleição não está decidida e a disputa será acirrada.

Crescimento do PCdoB

As eleições de 2010 confirmam o crescimento gradativo e constante do PCdoB, que obteve uma votação maior, projetando um número maior de lideranças, com a participação mais ativas em disputas majoritárias. A votação do partido cresceu 36% passando de 13 para 15 federais. Se considerada a votação para o Senado Federal, o PCdoB foi o 4º partido mais votado para o senado.

Em São Paulo, apesar da acentuada polarização eleitoral entre PT e PSDB, que amealharam juntos mais de 60% das vagas nas casas legislativas estadual e federal, o PCdoB também obteve uma expressiva votação, principalmente com a disputa de Netinho de Paula para o Senado. Além disso, a chapa estadual obteve mais de 500 mil votos e garantiu, com força própria, a eleição de Pedro Bigardi e Leci Brandão para a Assembleia Legislativa. Elegemos, ainda, dois deputados federais, Aldo Rebelo e Protógenes Queiroz, uma conquista importante para o PCdoB.

A polarização PTxPSDB em São Paulo

“A disputa em São Paulo foi muito dura. Mesmo com os avanços do governo Lula, os tucanos mantêm a supremacia política no Estado, ganhando a eleição para governador no 1º turno e com Serra tendo mais votos que Dilma. Mesmo assim, gradativamente vai se reduzindo o apoio da população aos governos tucanos, uma vez que quase 50% dos eleitores votaram nos candidatos da oposição”, disse Nádia.

PCdoB em SP

A avaliação da Comissão Política Estadual é de que o resultado político e eleitoral para o PCdoB no 1º turno foi muito positivo. “Nós cumprimos no fundamental os objetivos traçados pela direção do partido, que era o de eleger dois deputados estaduais e dois deputados federais pelo menos. Tivemos uma votação expressiva para o Senado e alcançamos uma renovação e projeção de lideranças no Estado, além de termos um crescimento significativo da votação do partido, com 446 mil votos para deputado federal, 537 mil para estadual e 7 milhões 773 mil votos para o Senado”, expôs a presidente do PCdoB.

Em 2006, a votação do PCdoB para deputado federal foi de 258 mil votos, para deputado estadual foi de 183 mil votos.

O resultado positivo se evidencia ainda mais se considerarmos as condições iniciais das quais o PCdoB partiu para enfrentar a campanha. Nádia lembrou que “perdemos o mandato de deputado estadual de Pedro Bigardi em Agosto, iniciamos a campanha com pouquíssimos recursos financeiros e pouco tempo de TV. Se observarmos esse ponto de partida, o desempenho obtido na campanha é muito significativo”.

Para o PCdoB-SP chegar a essa vitória, contribuiu decisivamente o acerto da estratégia eleitoral que foi traçada pela direção: coligar para a disputa da Câmara dos Deputados e lançar chapa própria para deputado estadual.

Disputa para o Senado fortalece PCdoB

Apesar de não ter alcançado uma vitória eleitoral, a participação do PCdoB na disputa para o Senado foi uma grande vitória política do partido. A diferença de Netinho para Marta foi de 540 mil votos. “Nós saímos muito maior do que entramos na disputa. O Netinho não foi um candidato que marcou posição, ele realmente entrou na disputa. Isso foi possível porque nós estávamos numa boa frente política, contamos com o apoio decisivo do presidente Lula, do vice-presidente José Alencar e da candidata Dilma Rousseff. Esse êxito só foi possível em função da grande popularidade e o apreço que o povo tem pelo Netinho o que reafirma o seu papel, além do seu engajamento na campanha. Um candidato atuante, com bom desempenho na TV e na rua, um candidato que só agregou apoios. Hoje ele tem um reconhecimento político muito superior ao que tinha como vereador. Durante a campanha, os obstáculos enfrentados foram muitos: as duas maiores máquinas políticas do Estado de São Paulo e uma mídia a serviço dos ataques feitos por Aloísio Nunes o que estimulou todo o tipo de preconceito. Ainda assim, conquistamos um amplo apoio político e popular, consolidando uma nova liderança política em São Paulo”.

Por Renata Mielli
Secretária Estadual de Comunicação do PCdoB-SP

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