Em noite histórica Dilma recebe apoio de artistas e intelectuais
Foi realmente uma noite emocionante para as centenas de pessoas que participaram do ato da cultura no Teatro Casa Grande, no Leblon, em apoio à candidata Dilma. A noite estava apenas começando quanto entrou no palco o arquiteto Oscar Niemeyer, com 102 anos e de cadeira de rodas, sendo aplaudido de pé pelo teatro lotado. Na platéia, a entrada do genial arquiteto fez com que muitos ficassem com os olhos marejados.
Publicado 19/10/2010 12:29 | Editado 04/03/2020 17:04
O clima era repleto de emoção e esperança e todos tinham consciência de que o melhor da arte e da cultura brasileira estava ali representado.
Dezenas de artistas e intelectuais estavam presentes: Margareth Menezes, José Celso Martinez Corrêa, Lia de Itamaracá, Sérgio Mamberti, Alcione, Hugo Carvana, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Rosemary, Elba Ramalho, Leci Brandão, Ziraldo, Paulo Betti, Osmar Prado, Dira Paes, Jonas Bloch, Wagner Tiso, a filósofa Marilena Chaui, entre tantos outros. Também aplaudido de pé o cantor e compositor Chico Buarque, que se sentou ao lado de Dilma, e a sambista Beth Carvalho, que apesar de estar de cadeira de rodas por conta de uma operação disse que “fez questão de estar presente no ato”. O mundo do samba, aliás, parece ter ficado todo com Dilma. Enviaram mensagens de apoio Neguinho da Beija-Flor, Teresa Cristina, Monarco, Tia Surica e Zeca Pagodinho, entre outros.
Para o sociólogo Emir Sader, Dilma representa o avanço e “Serra o caminho do obscurantismo e do fascismo”. O governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que o Rio de Janeiro é um lugar sem preconceitos e que dará uma grande votação para a primeira presidente do Brasil. O ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, entregou para Dilma um manifesto dos advogados do Brasil em favor de Dilma presidente.
O teólogo Leonardo Boff falou sobre as diferenças entre os projetos de Dilma e Serra, destacando que o governo Lula fez uma opção pelos pobres. Boff chegou a brincar dizendo que naquela manhã ele havia pedido um sinal para Deus: que se Oscar Niemeyer comparecesse ao ato é porque a vitória estava garantida.
Por fim, o discurso esperado de Dilma Rousseff, que falou sobre sua luta política ainda nos anos 60 e o sonho de construir um Brasil desenvolvido. Disse também que graças ao projeto de desenvolvimento com distribuição de renda foi possível, nestes quase oito anos de governo, tirar 28 milhões de pessoas da miséria e levar 36 milhões para a classe média.
Dilma também agradeceu o apoio dos artistas e disse que “as músicas que ouvi e os livros que eu li estão aqui, com todos esses cantores e artistas”, afirmou. Defendeu ainda mais investimentos na educação e na cultura. Por fim, lembrou que em 2002 a esperança venceu o medo e que agora a verdade vai vencer a mentira.
Participaram do ato a ministra Nilcea Freire (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), os ex-ministros Carlos Minc (Meio Ambiente), o governador eleito da Bahia Jacques Wagner (PT), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e o presidente da UNE, Augusto Chagas. O dirigente comunista e presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, a presidente do PCdoB-RJ, Ana Rocha e a Deputada Federal eleita Jandira Feghali também compareceram.
Segundo Ana Rocha, “o ato no Casa Grande no Rio tocou o coração dos que estavam presentes, dos que lutaram pela democracia e se convenceram ainda mais da necessidade imperiosa de continuar o projeto iniciado por Lula. Moveu algo precioso no coração de todos que impulsiona para a mudança e a vontade de lutar pela vitória de Dilma que terá significado histórico para o avanço do Brasil. Foi a emoção que faltava”.
Do Rio de Janeiro
Marcos Pereira