“O candidato gosta de número, e eu gosto de gente” diz Ana Julia 

O debate mediado pela jornalista Janine Borba, na última segunda-feira (18), deixou claro aos expectadores que nas eleições 2010, assim como para o Brasil, no Pará, estão em jogo dois projetos distintos.

No primeiro bloco as perguntas foram sobre educação, saúde e segurança que estiveram no foco das discussões. Simão Jatene citou o fato de na véspera do debate o comandante da policia militar de Belém ter sido assaltado. Ana Júlia rebateu que no governo de Jatene houve secretário de estado que também sofreu assalto. “Nós não estamos dizendo que não existe mais violência, e que a violência acabou. Mas nos estamos combatendo”, frisou a candidata.

Ana Júlia também disse que se reeleita vai criar mais 111 bases de Polícia comunitária, ela provocou dizendo que o candidato Jatene não respondia as perguntas, porque ele copia os programas de governo dela. “As nossas policias comunitárias reduziram a violência”, ressaltou.

Com relação à saúde, a candidata petista disse que: “Ele diz que vai fazer as UPAS – Unidade de Pronto Atendimento, mas não diz onde. Nós vamos fazer, os municípios paraenses vão receber os recursos federais. Vamos fazer 42 que serão feitas simultaneamente”, prometeu Ana Júlia.

Já no segundo bloco, onde os jornalistas da Record fizeram perguntas aos candidatos. O tema principal ficou por conta do apoio que Ana Júlia recebeu neste segundo turno do ex-governador Almir Gabriel (ex-PSDB e ex-aliado de Jatene).

“Temos visão diferente e eu continuo contrária a venda da rede Celpa (que foi privatizada durante o governo de Almir Gabriel). O ex-governador Almir foi muito lúcido e preocupado com o Pará, ele jamais poderia apoiar alguém que ele diz não ter disposição para trabalhar”, alfinetou Ana Júlia.

A candidata petista também destacou os programas sociais que o governo dela desenvolveu como: Bolsa Trabalho – onde 60 mil jovens recebe ou já receberam, Projovem Urbano, Navega Pará.

Em seguida, o tema saneamento básico foi debatido, e Ana Júlia disse que investiu mais de 20% que o governo inteiro, e vai investir mais de 1 bilhão em saneamento básico e tratamento de água no Pará.

A finalização das obras da Hidrelétrica de Tucurui, que vai entregue no dia 09 de novembro chamou o debate para o tema “Transporte” através dos rios, com o uso das vias hidroviárias. “O transporte hidroviário é fundamental, por isso fizemos o porto de Marabá, e teremos ainda mais 13 portos no Estado”, destacou Ana Júlia.

A candidata denunciou durante este segundo bloco que o candidato adversário armou em seu programa eleitoral uma declaração para desqualificar a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, de Altamira, onde Jatene usa a imagem de Sonia Elisia Rodrigues Penha, que foi diretora do 10º Centro Regional de Proteção Social de Altamira na época do governo Jatene.

A mesma personagem que aparece no horário eleitoral de Jatene foi julgada por dano ao erário e condenada a devolver dinheiro (R$ 1,2 milhão) aos cofres públicos (acórdão 47.219 do Tribunal de Contas do Estado).

Jatene faltou reunião para pescar

No terceiro bloco do debate da Record, o candidato do PSDB ficou exaltado ao ser questionado por Ana Júlia pelo fato de ter deixado de participar de uma reunião com o presidente Lula para ir pescar. Para defender-se, Jatene disse que só foi pescar, porque não foi para a reunião.

No encerramento do debate, Ana Júlia frisou que governa com políticas publicas de inclusão social. “Ele (o candidato Jatene) diz que geração de emprego não diminui a pobreza, agora pergunte para 60 mil jovens que receberam o Projovem o que mudou na vida deles. Nós temos dois projetos distintos, e o nosso trabalha para o povo, para a maioria”, ressaltou.

Ana Júlia frisou ainda que: “A verdadeira pesquisa é o voto na urna, são dois projetos em disputa, em nível nacional, está sendo disputado aqui no Pará. Projeto que trabalha para a maioria da população que cria projetos de inclusão social, como o Projovem, Prouni. Um Estado só cresce quando tiver suas riquezas transformadas aqui, por isso fui buscar a fábrica que o Pará tinha perdido para o Maranhão. Sou mulher que não tenho medo de trabalhar”, finalizou.

De Belém;
Isa Arnour