Sindjorce: Pesquisa alerta sobre condição de trabalho em redações

Levantamento realizado nas redações dos jornais O Estado, O Povo e Diário do Nordeste, na quarta-feira (13/10), revela dados alarmantes sobre a qualidade de vida e de trabalho dos jornalistas, em especial, as condições relacionadas à saúde e à alimentação.

O resultado mostra que 61,39% dos trabalhadores que responderam o questionário apresentam problemas de saúde. Dores nas costas, pescoço e articulações lideram o ranking. Logo depois, surge estresse, ansiedade, problemas de visão, dores nos braços, pernas e articulações, dores de cabeça, depressão e palpitações.

Outro dado aponta que 51,79% dos entrevistados não se alimentam com qualidade, tendo em vista que nenhuma das empresas oferece vale alimentação, impossibilitando que os profissionais tenham opção na hora de repor as energias gastas durante o expediente. Pelo menos 44% dos jornalistas afirmaram que se alimentam em locais próximos ao trabalho, 33% em restaurante da empresa e 30% em lanchonetes.

A enquete também levantou se o salário atual permite ao jornalista investir no crescimento profissional. Mais de 79% responderam que não. O dado demonstra a importância dos cursos de formação sugeridos ao sindicato patronal na minuta de negociação da Campanha Salarial de Impresso 2010/2011.

Outros 95,54% dos jornalistas afirmaram que as empresas onde trabalham têm investido em equipamentos, cadernos especiais e reformas. Isto mostra que o patronato não está falando a verdade quando diz que aos jornais não podem dar aumento maior para os trabalhadores ou passam por dificuldades financeiras.

Proposta patronal rechaçada

O levantamento sinalizou que a atual proposta patronal – de 5,33% de aumento para o piso da categoria – não corresponde a seus anseios. os jornalistas acredita que o sindicato patronal pode avançar ainda mais na porcentagem oferecida, ante o quadro econômico extremamente favorável às empresas.

A categoria também demonstrou estar disposta a reivindicar melhores condições de trabalho, através da pergunta de número 8 do questionário sobre quais deveriam ser as ações do Sindicato e como o profissional poderia colaborar.

Força da categoria garante avanços nas negociações

De posse da pesquisa realizada nas redações, que rejeita a proposta patronal oferecida até agora,a comissão de negociação do Sindjorce esteve reunida na sexta-feira (15/10), na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na presença da mediadora Jeritza Jucá, com o preposto do Sindjornais.

O presidente do sindicato patronal, Mauro Sales, mais uma vez não esteve presente. Mesmo assim, o presidente do Sindjorce, Claylson Martins, seguiu com as negociações e declarou que a categoria não está satisfeita com o que foi oferecido e espera avanço na negociação das cláusulas econômicas e sociais.

O Sindjorce vai apresentar nova redação para as cláusulas de saúde e formação para que as mesmas sejam garantidas na CCT. Claylson afirmou que a cláusula da alimentação é fundamental para os jornalistas e que é necessário o comprometimento patronal com a qualidade alimentar da categoria durante o horário de trabalho.

O negociador patronal afirmou que levaria ao conhecimento dos donos de jornal o pedido de reajuste de 5,5% e sinalizou que seriam aceitas as cláusulas com nova redação, além da possibilidade de criação de uma comissão paritária para discutir a alimentação.

Para o presidente do Sindjorce, a nova sinalização foi resultado direto do questionário e do interesse da categoria em lutar por melhores condições de trabalho. "Os jornalistas estão conscientes do papel que possuem na negociação e demonstraram claramente a insatisfação através do questionário. A base está envolvida, questionando o papel das empresas e determinada em conquistar melhores condições de trabalho. As visitas às redações têm provado essa força e o sindicato patronal sabe disso".

Veja aqui os resultados da pesquisa em gráficos

Fonte: Sindjorce