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Cristina se emociona em 1º discurso após morte de Kirchner

A presidente argentina, Cristina Kirchner, se emocionou, nesta terça-feira, durante seu primeiro discurso público desde a morte do marido e ex-presidente, Néstor Kirchner, há uma semana. Em um evento em Córdoba, ela se comprometeu a aprofundar o modelo econômico implementado no governo do marido (2003-2007) e chorou ao citá-lo.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, se emocionou, nesta terça-feira, durante seu primeiro discurso público desde a morte do marido e ex-presidente, Néstor Kirchner, há uma semana. Em um evento em Córdoba, ela se comprometeu a aprofundar o modelo econômico implementado no governo do marido (2003-2007) e chorou ao citá-lo.

"Hoje estou um pouco menos triste, porque sei que ele está caminhando entre vocês. Eu o sinto aqui. Ele trabalhou por essa Argentina como ninguém. Quero agradecer, em nome dele, a todos vocês. Obrigado, trabalhadores! Obrigado, Argentina, que ele ajudou a construir!", discursou.

Ela participou ontem do primeiro evento público depois de retomar as atividades como presidente, o lançamento de um novo modelo de carro que será produzido na Província de Córdoba. Kirchner impulsionou a reindustrialização do país, que "permitiu aos cidadãos sentirem novamente orgulho de serem argentinos", disse a presidente.

Ao chegar em Córdoba para o evento, Cristina foi recebida por milhares de pessoas que realizaram uma marcha em homenagem a Kirchner. Dez mil pessoas, segundo a polícia, entre operários, sindicalistas e militantes peronistas se mobilizaram até a fábrica de Santa Isabel, para dar apoio à presidente.

"Absolutamente todos os recursos intelectuais e econômicos (estarão) voltados a aprofundar um modelo industrial de mercado interno e forte viés exportador", disse a presidente argentina, no lançamento do modelo 'Fluence' da empresa automotiva francesa Renault, fabricado na Argentina para toda a região.

Cristina assegurou que para que o modelo industrial "seja sustentável social, política e institucionalmente, temos que ter um forte mercado interno, com trabalhadores com bons salários, que participem da distribuição da riqueza", afirmou, respondendo a uma reivindicação da CGT, central operária peronista, aliada do governo.

Usando um vestido preto e com a elegância de sempre, a presidente desvelou o carro e sentou-se ao volante, acompanhada de Dominique Maciet, presidente na Argentina da companhia automotiva que completa 55 anos no país.

Na segunda-feira, dia em que retomou o trabalho na Casa Rosada, em uma breve mensagem gravada, Cristina havia dito: "Uma parte minha se foi com Néstor Kirchner". A presidente admitiu que enfrenta o "momento mais doloroso" de sua vida, e agradeceu "a imensa e formidável mostra de carinho" que recebeu durante o funeral de Néstor Kirchner.

"Quero agradecer especialmente aos milhares de jovens que cantaram com dor e marcharam com alegria por ele e pela pátria; quero lhes dizer que neles eu vi o rosto dele (Néstor) quando o conheci". A presidente, contudo, disse que não é o momento de "fazer terapia emocional" e prometeu honrar o que foi feito pelo marido no governo.

"Sempre tive um grande sentido de responsabilidade em minha carreira. Mas, desde a última quarta-feira, além dessa enorme responsabilidade, sinto outra grande responsabilidade: a de honrar sua memória e seu governo, que transformou este país", apontou Cristina.

O chanceler do país, Héctor Timerman, voltou a afirmar ontem que a presidente será candidata à reeleição no próximo ano. No Congresso, a oposição decidiu que não votará nenhum projeto incômodo ao governo nesta semana e reservará o dia de hoje para homenagens ao ex-presidente.

Em sua primeira declaração pública após a morte do ex-presidente (2003-2007), ela felicitou na noite de domingo (31) a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, com as palavras: "Bem-vinda ao clube das companheiras de gênero", segundo fontes oficiais.

Néstor Kirchner, líder do peronismo governista, que morreu na quarta-feira aos 60 anos de uma parada cardiorrespiratória, era tido como eventual candidato ao governo para as eleições de outubro de 2011, apoiado em pesquisas favoráveis.

Vários importantes líderes peronistas reafirmaram nesta segunda-feira seu apoio à presidente, como o líder da maior central de trabalhadores, a CGT, Hugo Moyano, e Daniel Scioli, governador da Província de Buenos Aires, o maior distrito do país e decisivo no cenário político.

Com agências