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EUA: democratas perdem maioria na Câmara

O Partido Democrata, do presidente Barack Obama, perdeu a maioria na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados) nas eleições da terça (02). Nos últimos quatro anos, o partido ocupou quase dois terços da Câmara. Segundo os resultados parciais, o Partido Republicano conquistou mais de 39 cadeiras que antes estavam com os democratas, ganhando assim o controle da casa. No Senado, no entanto, os democratas devem continuar majoritários.

O Partido Democrata, do presidente Barack Obama, perdeu a maioria na Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados) nas eleições da terça(02). Nos últimos quatro anos, o partido ocupou quase dois terços da Câmara. Segundo os resultados parciais, o Partido Republicano conquistou mais de 39 cadeiras que antes estavam com os democratas, ganhando assim o controle da casa. No Senado, no entanto, os democratas devem continuar majoritários.

O líder da Câmara também mudou com a ascensão dos republicanos. O deputado republicano eleito em Ohio John Boehner assume o posto de presidente da casa no lugar da democrata Nancy Pelosi. Boehner recebeu uma ligação de Obama após o anúncio dos resultados, na qual o democrata pediu cooperação para o republicano.

Obama também telefonou para outros líderes democratas e republicanos do Congresso e expressou a estes últimos sua disposição de colaborar com eles, após o triunfo até agora da oposição nas eleições legislativas.

A Casa Branca disse que Obama falou com Nancy e com o líder da maioria democrata, Steny Hoyer, assim como com os líderes das minorias republicanas na Câmara e no Senado. Obama disse que espera "contribuir com os republicanos para encontrar terreno comum, fazer avançar este país e conseguir coisas em favor do povo norte-americano".

Pelosi foi a primeira mulher a ocupar o cargo. Os republicanos prometeram que com Boehner reverterão a reforma da saúde aprovada por Obama e vão iniciar cortes de impostos que, segundo eles, ajudarão a reduzir o déficit e impulsionar o crescimento.

No Senado, que renovou ontem 37 de suas 100 cadeiras, os republicanos conseguiram por enquanto as cadeiras dos democratas em Indiana, Dakota do Norte, Arkansas e Wisconsin. Os conservadores precisariam de dez cadeiras para ficar com o controle do Senado, mas a maior parte das projeções indica que não alcançarão esse número.

Tea Party

A noite eleitoral confirmou também a ascensão do movimento ultraconservador Tea Party, que conquistou sua primeira grande vitória da noite com o triunfo de Rand Paul para o Senado por Kentucky. "Chegamos para recuperar nosso governo", afirmou Paul após a confirmação da vitória.

A segunda vitória do movimento foi com o republicano de origem cubana Marco Rubio, que superou o independente Charlie Crist na disputa por uma cadeira no Senado pela Flórida.

No entanto, uma das figuras de maior destaque do Tea Party nesta campanha, Christine O'Donnell, perdeu a corrida pelo Senado em Delaware para o democrata Christopher Coons.

O Tea Party deu seu apoio específico a 129 candidatos para a Câmara de Representantes e a nove para o Senado e teve como base de sua ascensão a insatisfação dos norte-americanos mais conservadores com a economia e o aumento dos gastos públicos.

Motivos

O secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, aponta que dois fenômenos atuaram para consolidar esse resultado nas urnas. "Houve uma frustração de boa parte do eleitorado progressista, que esperava mais do governo Obama. A atual gestão manteve a política imperialista e de guerra anterior, e, diante das perspectivas, não houve a renovação esperada", diz.

O segundo elemento, segundo ele, foi a forte reação da direita. "Houve uma ofensiva da extrema direita, inclusive acusando Obama de socialista, comunista, que foi ganhando espaço e desgastou os democratas", afirma. Alemão lembrou ainda que, tradicionalmente, toda eleição em meio de mandato tende a ser desfavorável ao governo.

Com agências