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 Lula e Amorim fazem balanço positivo da política externa

Para o Brasil, um crescimento econômico exitoso tem que ser acompanhado pelo crescimento e desenvolvimento dos países sul-americanos, uma vez que não se pode aspirar prosperidade em uma região marcada por estagnação e desigualdades, afirmou o presidente Lula nesta sexta-feira (5/11), na cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília (DF).

Lula e Celso Amorim

Lula também defendeu a política externa que prioriza a relação com países da América do Sul e África. Ele disse ainda que o Brasil não pode crescer sem garantir o desenvolvimento das nações vizinhas e precisa ceder em algumas negociações diplomáticas.

O presidente Lula citou como exemplo a busca por soluções coletivas, como os programas bilaterais estabelecidos com a Bolívia, no caso da negociação da compra de gás natural, com o Paraguai, na questão da energia elétrica de Itaipu, com a Argentina, “que era vista como adversária e que agora é uma grande parceira comercial” e com a Venezuela, que está prestes a se tornar país membro do Mercosul.

"Não queremos ser uma potência para ser igual e fazer a mesmice, repetir as guerras e agressões. Queremos ser uma potência para provar que é possível faze um mundo diferente do que nós temos hoje", disse Lula.

O presidente afirmou ainda que o Brasil escolheu o “caminho mais difícil” na política externa, de não aceitar todos as posições da Europa e dos Estados Unidos. “É muito mais difícil ter coragem de dizer não. Era mais difícil fazer o que fizemos em Copenhague e não aceitar o sacrifício que a Europa e os Estados Unidos queriam nos impor sem apresentar propostas. Queriam que a gente plantasse árvore para não nos desenvolver.”

Para Lula, o país hoje não precisa “pedir favor” de outras nações. “Ninguém é respeitado se não se respeita. O Brasil não deve pedir favor. Licença a gente pede por educação. Mas nada como se fosse favor, é conquista”, afirmou.

Aos novos diplomatas, Lula afirmou que partir de janeiro próximo eles representarão um país “diferente do que conhecemos”, em uma etapa inédita da nossa história, quando passarão a trabalhar para a primeira mulher presidente da República, Dilma Rousseff. "Vocês irão representar o Brasil do Pré-Sal, o Brasil do biodiesel, do biocombustível; vocês irão representar um Brasil líder na produção de alimentos, Brasil do canal de São Francisco; irão representar um país que terá uma mulher como presidente da República. Não uma mulher qualquer, uma mulher que quando tinha 20 anos foi presa porque resolveu botar as mangas para fora, uma mulher que venceu todos os preconceitos e que representa uma geração eleita democraticamente", afirmou o presidente.

Composta por 115 diplomatas, a Turma Zilda Arns é a maior da história do Instituto. Dos formandos, cerca de quarenta já foram designados para representações diplomáticas brasileiras no exterior – sobretudo na África, no Oriente Médio e na Ásia.

Amorim: política externa desassombrada e solidária

Na cerimônia, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a política externa do Brasil no governo do presidente Lula é “desassombrada”. Segundo o ministro, o país ganhou autoestima e não tem “mais medo da própria sombra”.

“A nossa política externa é uma política externa desassombrada e de solidariedade. É um país desassombrado porque não tem mais medo da própria sombra”, disse.

“Não ficamos nos perguntando se tínhamos excedente de poder para fazer tal ou tal coisa. Fizemos o que nos pareceu correto”, afirmou Amorim, durante a cerimônia de formatura da turma “Zilda Arns” do Instituto Rio Branco.

Amorim disse que o Brasil caminha para se tornar uma grande potência e elogiou o critério de Lula para escolha dos embaixadores. “Quero agradecer a confiança que o senhor depositou no Itamaraty. Pela primeira vez, todos os embaixadores que temos se formaram no Rio Branco”.

Com informações do Blog do Planalto