Em 2010, o custo do voto em Goiás teve aumento de 267%.
O gasto médio por voto entre os eleitos em Goiás subiu de R$ 3,51 nas eleições de 2002 para R$ 12,91 neste ano. O aumento de 267% está bem acima da inflação do período.
Publicado 09/11/2010 10:49 | Editado 04/03/2020 16:43
A tendência de que as eleições estão cada vez mais caras, foram constatadas por meio dos números declarados pelos candidatos. Além de dois senadores, em Goiás, concorreu-se a 17 vagas na Câmara dos Deputados e 41 vagas na Assembléia Legislativa do Estado.
Segundo levantamento, os candidatos goianos eleitos gastaram em média R$ 12,91 por eleitor. Em 2002, despesa foi de R$ 3,51. Os gastos giraram em torno R$ 88 milhões, enquanto em 2002 esse valor ficou em R$ 12,7 milhões.
Em 2002, apenas quatro dos 60 candidatos eleitos ultrapassaram a marca de R$ 10 por voto. Em 2006, seis já ultrapassavam a marca dos R$ 20. Agora, em 2010, 15 eleitos já ultrapassaram a dos R$ 30, sendo que quatro declararam gasto de mais de R$ 50 por voto recebido.
A tendência de eleições cada vez mais caras pode ser constatada quando se compara o custo do voto na bancada goiana na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa, considerando apenas os que se elegeram em 2002 e também em 2010.
Esse grupo se elegeu em 2002 gastando R$ 4,51 por voto para uma vaga de deputado federal, R$ 4,80 para uma de deputado estadual e R$ 0,80 para as duas vagas no Senado. Agora, oito anos depois, esses valores saltaram respectivamente para R$ 18,80, R$ 29,61 e R$ 4,24.
Campeão
No Senado, Demóstenes Torres (DEM), que para ser eleito em 2002 teria gasto R$ 0,49 por voto recebido, agora em 2010 declarou que sua campanha desembolsou R$ 4,27. As despesas de campanha saltaram de R$ 614.351 para R$ 9.212.013. Demóstenes foi o mais votado nesta eleição em Goiás, com 2.158.812 de votos. O valor do voto para o senador ultrapassou neste pleito o da senadora reeleita Lúcia Vânia. Em 2002, ela foi a única com gastos declarados superiores a R$ 1 milhão em Goiás. Em 2010, 28 candidatos eleitos ultrapassaram esta marca. E a tucana teve o segundo maior gasto: R$ 6,3 milhões.
O jornal Folha de S. Paulo informou que os 513 deputados federais eleitos no Brasil gastaram por voto, em média, R$ 9,68. Para a bancada paulista na Câmara, ainda segundo o jornal, o voto custou em média R$ 9,92. A bancada goiana gastou R$ 20,16.
O voto mais caro
Entre os deputados federais, o voto mais caro, pela terceira eleição seguida, foi o do eleitor de Carlos Alberto Lereia (PSDB). Custou R$ 39,12. Em 2002, o deputado se elegeu tendo como custo do voto R$ 11,42, valor quase três vezes menor ao aplicado nesta disputa.
O gasto de Lereia com cada voto é maior que o do deputado reeleito Sandro Mabel, apesar deste ter declarado despesas de aproximadamente R$ 1 milhão a mais que o tucano. Isso porque Lereia teve em torno de 50 mil votos a menos que o republicano na disputa.
Com agências, O Popular e Folha Online.