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Reino Unido: Aumentam protestos contra cortes no orçamento

Os recentes protestos estudantis em Londres constituem, segundo seus próprios organizadores, só o princípio de um amplo repúdio ao anunciado corte orçamental do governo conservador do premiê britânico David Cameron.

Cerca de 52 mil pessoas marcharam pelas ruas londrinas na última quarta-feira (10) em sinal de oposição à diminuição de cerca de 40% dos fundos públicos destinados ao corpo docente universitário e ao excessivo custo das matrículas neste setor.

Em meio a um bombardeio de ovos, paus e garrafas, em pleno centro de Londres, a polícia arremeteu contra a multidão, em um enfrentamento que deixou um saldo de 14 feridos e meia centena de detidos.

A advertência da continuidade dos protestos circulou durante a manifestação por meio de celulares, justo no momento que os manifestantes se reuniram diante da sede do Partido Conservador, de Cameron; e nos arredores da Câmara dos Comuns (Parlamento).

Meios de comunicação britânicos publicaram mensagens como "Somos contra todos os cortes e a mercantilização da educação. Somos contra atacar os pobres e ajudar os ricos. Isso é só o começo".

Por outro lado, outro grupo de estudantes da universidade de Manchester irrompeu na quinta-feira nos escritórios centrais para reclamar às autoridades o acesso ao orçamento que contam, em previsão aos severos cortes anunciados.

Com a medida de força, o Sindicato Nacional dos Estudantes (NUS) trata de brecar uma proposta promovida pelo Executivo, em coalizão com o Partido Liberal Democrata, que poderia elevar a partir de 2012 as matrículas para até 9 mil libras esterlinas, cerca de 10,3 mil euros ao ano.

As matrículas nos centros de altos estudos do estado europeu rondam na atualidade a casa das 2,3 mil libras, quase 3,8 mil euros.

Cameron, que enfrentou a maior demonstração popular desde que acedeu ao cargo de premiê em junho passado, declarou em uma tentativa de defesa que "está tomando medidas difíceis" para contornar a dívida e o deficit. A maioria das pessoas compreende que isto é necessário para tirar o Reino Unido da zona de perigo. Não vamos retroceder", sublinhou o premiê.

Para o presidente do NUS, Aaron Porter, a marcha de quarta-feira se constituiu no maior protesto estudantil desde várias gerações. A manifesta~ção foi apoiada pelo Sindicato de Universidades e Colégios Universitários, que agrupa os professores.

No próximo 24 de novembro as organizações estudantis britânicas voltarão às ruas em uma nova jornada de repúdio contra os programas de ajuste, denominada Dia Nacional de Ação Direta, conforme reportagem do jornal britânico The Guardian.

De acordo com o plano de cortes do orçamento apresentado em outubro passado, as universidades e a pesquisa no Reino Unido poderão perder cerca de cinco milhões de libras esterlinas, mais de sete milhões de euros, do atual plano de 11,5 bilhões de libras, quase 19 bilhões de euros.

O programa de austeridade ameaça de fazer fechar prestigiosas instituições educacionais, o que poderá colocar em risco a prosperidade nacional no futuro, denunciam autoridades do setor.

Fonte: Cubadebate