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Xenofobia motivou morte de brasileiro em Portugal, diz familia

O brasileiro Luciano Correia da Silva, de 28 anos, foi morto em Portugal na madrugada de domingo (14), após ser esfaqueado durante uma discussão com um português. O crime ocorreu na cidade de Caldas da Rainha, 100 quilômetros ao norte de Lisboa.

A morte de Silva foi presenciada por sua companheira, a esteticista Andressa Valéria. "Meu marido parou para urinar e apareceu um homem, que nunca vi, mas que devia estar embriagado, e que começou a insultá-lo, dizendo: Brasileiro de m… vai para a tua terra, vagabundo", explicou Andressa.

Luciano Correia, natural do estado da Rondônia, no Brasil, foi ferido com uma navalha tendo sido transportado para o hospital ainda com vida.

No entanto, enquanto vários jornais portugueses afirmavam que a morte de Luciano Correia teria sido motivado por ele urinar na rua, Andressa apontou o preconceito como motivação do criminoso.

"Não me conformo que meu marido tenha morrido por preconceito e tenha que ser enterrado num país preconceituoso", explicou Andressa.

"Foi por preconceito. O homem o matou porque ele estava urinando, foi por preconceito, entende? Há muitos portugueses bons aqui, muitas pessoas boas. Mas há muito preconceito também", acusou Andressa, acrescentando ainda que o casal planejava voltar para o Brasil ainda este ano, uma vez que as "condições estão muito difíceis em Portugal".

A brasileira residente em Portugal explicou ainda que esta não é a primeira vez que testemunha xenofobia no país, contando: "Uma vez entrei no banco e fui ofendida, chamaram-me de p… brasileira".

Segundo a mãe de Andressa, Edna Santos, Silva ouviu xingamentos com termos xenófobos enquanto urinava na rua, na saída de um bar.

Ao repetir a versão da filha, Edna disse que a discussão começou porque o português, que parecia estar embriagado, gritou e ofendeu o brasileiro. Segundo Edna, o agressor teria tirado uma navalha e acertado Silva. Ele foi levado a um hospital, mas não resistiu ao ferimento, que teria acertado seu coração.

O crime está sendo investigado em Portugal pela Polícia Judiciária, que corresponde à Polícia Federal brasileira. A assessoria da polícia afirmou que, até esta tarde, o suspeito ainda não havia sido encontrado.

A pena máxima por homicídio em Portugal é de 25 anos de prisão. Como as leis portuguesas criminalizam a xenofobia, a utilização de termos xenófobos ao cometer o crime pode ser considerada um agravante.

Da redação, com agências