Marcha em Cajazeiras reverencia o Dia da Consciência Negra

Depois de uma semana marcada com ciclos de palestras, debates e seminários sobre a valorização da cultura negra e a reparação social, o bairro de Cajazeiras, em Salvador, encerra as homenagens a Zumbi dos Palmares com a realização da V Marcha da Consciência Negra de Cajazeiras. Com o tema “Cajazeiras do quilombo ao espaço do poder”, a marcha acontece nesta sexta-feira (19/11), com concentração a partir das 7h30, na Rótula de Cajazeiras XI, de onde sai em direção à Rótula da Feirinha.

Organizada pela ONG Cajaverde, a marcha reúne tradicionalmente alunos das escolas públicas e particulares do bairro, organizações culturais e ambientais da região, além de muitas lideranças comunitárias. “A marcha é a finalização de uma semana de debates sobre um tema de extrema relevância para o bairro, que é um dos mais populosos e mais negros da capital baiana. Nós fazemos este debate principalmente nas escolas, onde as crianças precisam saber da importância de Zumbi dos Palmares e da cultura negra para o desenvolvimento do Brasil”, afirma o coordenador geral da Cajaverde, Kilson Melo.

Sessão na Câmara

Não será apenas Zumbi dos Palmares que será lembrado durante o mês da Consciência Negra em Salvador. Na segunda-feira (22/11), às 19h, a Câmara de Vereadores promove uma Sessão Especial em homenagem ao Almirante Negro, João Cândido, e ao Centenário da Revolta da Chibata. A insurreição pedia o fim dos castigos físicos dentro da Marinha, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta.

Proposta pela vereadora Olívia Santana, a Sessão reverencia a memória do líder da revolta, João Cândido, que foi expulso da marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. Morreu aos 89 anos, na miséria, sem patente e sem direito a aposentadoria. “O almirante negro lutou por melhores condições para os marinheiros, mas isso é um legado para toda sociedade. É fundamental que os estudantes conheçam a sua história e celebrem a sua contribuição por uma sociedade mais justa. João Cândido foi um herói e precisa ser reconhecido como tal", afirma Olívia, presidente da Comissão de Educação da Câmara.

De Salvador,
Eliane Costa