Natal: Câmara fará debate sobre Centenário da Revolta da Chibata

Audiência Pública visa debater e reforçar a política de promoção da igualdade racial.

A Câmara Municipal do Natal realiza na próxima segunda-feira (22), a partir das 14 horas, a Audiência Pública que visa debater o Centenário da Revolta Chibata. A proposta de autoria do Vereador George Câmara (PCdoB) visa reunir militantes do Movimento Negro, como a UNEGRO, dirigentes da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial (SEPPIR), militantes do movimento estudantil e sindical da CTB, além do movimento popular da CONAM. Estarão presentes também estudiosos e pesquisadores do tema, ligados a UFRN, UNP, UVA, entre outras faculdades. O evento ocorre no plenário da Câmara Municipal de Natal.

O debate objetiva debater a criação de uma nova consciência étnica e cultural na busca das conquistas e pela convicção de que há muito por ser feito, fazendo a política de promoção da igualdade racial se afirmar e se espalhar pela cidade do Natal.

A Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, com a revolta dos marinheiros. Naquele período era comum açoitar com chibatadas os marinheiros, tudo com intuito de discipliná-los. Com a prática violenta os marinheiros se revoltaram sobretudo depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues levou 250 chibatadas diante de todos os presentes no navio, desmaiou e continuou sendo açoitado. O Almirante Negro, o Marujo João Cândido, foi o primeiro a esboçar uma ação contrária aos castigos das chibatas.

Na baía de Guanabara encontravam-se vários navios que foram tomados pelos marinheiros, havendo então confronto e resistência à ocupação. Os mesmos alertaram ao governo que se não atendessem suas exigências lançariam bombas na cidade.

Após o conflito, passaram-se quatro dias e, então, o Presidente Hermes da Fonseca decretou o fim da prática violenta de castigos e perdoou os marinheiros. Entretanto, ao entregarem as armas perceberam que tinham sido enganados pelo presidente e, de imediato, foram retirados da corporação da Marinha e jogados nos porões dos navios e nas prisões subterrâneas das Ilhas das Cobras.

Dia da Consciência Negra

Símbolo da resistência contra o regime de escravidão, Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, foi traído e morto em 20 de novembro de 1695. A data de sua morte foi transformada no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 2003. Esta semana diversos estados e cidades de todo o Brasil iniciaram as comemorações da data, destacada principalmente pelos parlamentares em seus discursos país afora.

 

Arthur Varela, de Natal.