China repudia pressão e sugere 'independência' à Coreia do Sul
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou esta semana o governo da República Popular da China a dar uma 'resposta' mais clara em relação ao intercâmbio de fogo de artilharia entre os dois lados da Península Coreana. Hoje, os meios de comunicação estadunidenses e sul-coreanos estão transbordando de um forte sentimento contra a China.
Publicado 26/11/2010 18:15
Os Estados Unidos e seus aliados parecem adotar uma atitude paradoxal ao papel que esperam que a China desempenhe na Península Coreana.
Por um lado, desejam que a China se coloque a seu lado e exerça pressões sobre o Norte. Por outro, gostariam que a China exercesse uma influência especial sobre Pyongyang. A situação reflete o dilema entre seu pensamento egocêntrico e sua carência de medidas adequadas para tratar com a República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
A estabilidade na Península Coreana e seus arredores é o princípio reitor da política da China em relação aos dois estados.
A relação entre China e Coreia do Norte não pode ir contra esse princípio, o qual se aplica da mesma maneira à relação com a Coreia do Sul.
Estados Unidos e Coreia do Sul anunciaram uma nova rodada de exercícios militares conjuntos depois do incidente mais recente. Talvez Seul não tenha outra opção melhor para lidar com o Norte que recorrer a sua aliança com os Estados Unidos. Mas a realidade é que tal aliança não garante sua segurança.
A experiência prévia demonstrou que a presença militar dos Estados Unidos na área garante um certo nível de segurança para a Coreia do Sul, mas não pode evitar as escaramuças de menor escala, como a que aconteceu na última terça-feira.
É como uma arma nuclear, que pode funcionar como uma dissuassão estratégica, mas não evita as escaramuças. Assim, apesar de sua aliança com os Estados Unidos, a Coreia do Sul amiúde parece estar em desvantagem quando entra em conflito com o Norte.
Os exercícios militares conjuntos do passado não conseguiram dissuadir o Norte, e as manobras desta vez resultam, no mínimo, questionáveis.
Talvez seja a hora de o Sul reconsiderar sua estratégia de segurança, que não deve descansar somente em sua aliança com os Estados Unidos.
Se uma maior segurança para o Sul significar prejuízo para o Norte, será difícil manter a estabilidade na Península Coreana.
A denominada "política do sol" terminou por considerar-se uma boa medida como um fracasso. Não obstante, caberia perguntar se a mão dura da administração sul-coreana de Lee Myung-bak se traduziu em um nível maior de segurança para o Sul.
Os países do Nordeste da Ásia têm enormes interesses comerciais comuns, apesar de cada um procurar contar com suas próprias garantias de segurança.
Por muito tempo se ignorou o estado de pobreza e insegurança no qual foi colocada a Coreia do Norte, e agora a região está pagando o preço desta negligência.
Quanto maior se tornar a disparidade entre a Coreia do Norte e seus vizinhos, maior será o grau de incerteza que assolará a região.
Fonte: Diário do Povo (China)