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Embaixada norte-coreana busca aproximação com Força Sindical

A Embaixada da Coreia do Norte no Brasil procurou a Força Sindical segunda-feira (22) para iniciar uma aproximação e divulgar seu país. No dia seguinte, o país voltou ao noticário mundial por trocar agressões da Coreia do Sul, que teriam sido provocadas por disparos deste país contra a República Popular Democrática da Coreia.

Apesar dos ataques midiáticos ao governo norte-coreano, os representantes dos sindicalistas brasileiros mantiveram o acordo de abrigar um evento cultural. "Já tínhamos marcado. Nós achamos que é boa uma conversa para a gente entender também aquilo, para ouvir as diversas posições", conta o secretário-geral da entidade, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

A partir das 18h do dia 6 de dezembro, a Coreia do Norte será tema de uma exposição na sede paulistana da Força Sindical, no bairro da Liberdade, que se notabiliza pela presença de imigrantes asiáticos.

"O representante do embaixador ligou lá na Força e queria conversar. Fui eu que me reuni com ele, que colocou claramente: estamos com vontade de nos aproximar do movimento social, conversar um pouco sobre o nosso país, gostaríamos de apresentar alguma coisa da nossa cultura e manter um relacionamento. Como estamos no bairro oriental e a Força Sindical mantém relações com trabalhadores de outros povos, achamos por bem fazer uma exposição. Ele mandou uma carta pedindo, nós conversamos entre nós e decidimos", explica Juruna.

Chance de conhecer

O retorno da Coreia à pauta internacional acaba até valorizando a iniciativa. "Acho que é bom nós trabalhadores conhecermos o que acontece naquele local, uma coisa que vem lá da Guerra Fria, dos anos 50 até hoje. É uma maneira de os trabalhadores ficarem por dentro dessas zonas militarizadas, que têm diversos interesses e às vezes a gente não domina. Ouvindo diversas posições, a gente pode ter um melhor juízo de valor", opina o secretário-geral.

Pautado pelo portalão Terra Magazine sobre uma possível "repercussão negativa" de uma aproximação da Força Sindical com uma representação oficial da Coreia do Norte, assim como pela proximidade de organismos com governos como os da Venezuela e do Irã, Juruna responde, categótico: "creio que esses países todos são aqueles que têm algum problema com os Estados Unidos. Acho que a repercussão midiática, às vezes, é muito forte em relação a isso. Se o Brasil ou o movimento social se aproxima desse ou daquele país e tem algum questionamento em relação aos Estados Unidos, isso vira uma coisa muito forte, de questionamento. Mas acho que devemos manter relações com todos e ouvir as diversas partes", defende o dirigente sindical.

Por enquanto, não estão previstas outras parcerias, ele garante. "É uma aproximação. Por enquanto, não temos nada definido. Até porque o movimento sindical deles não é filiado à nossa entidade internacional. Mas nós, da Força Sindical, temos esta postura de estarmos abertos a conversar com as diversas entidades", completa.

Da redação, com Terra Magazine