Sem categoria

Mais de 4 milhões de haitianos vão às urnas no domingo

Mais de 4 milhões de haitianos devem ir às urnas neste domingo (28) para escolher seu próximo presidente, além de 11 senadores e 99 deputados. O número de eleitores é incerto, porque muitas pessoas registradas no Conselho Eleitoral do Haiti podem ter morrido com o terremoto ocorrido em janeiro.

Ao todo, 19 candidatos se inscreveram para disputar a Presidência da República. Entre os mais cotados para substituir Renné Preval em fevereiro de 2011 estão seu partidário, Jude Celestin, do partido Inite, a ex-primeira dama Mirlande Manigat, da Aliança dos Democratas Nacionais Progressistas (RDNP), o cantor Michel Martelly (conhecido como Sweet Micky) e Jean-Henry Céant, do partido Amar o Haiti.

Como as intenções de voto estão bem divididas entre alguns candidatos, acredita-se que a eleição presidencial só será definida em segundo turno, a ser realizado em janeiro do ano que vem.

Serão 1,5 mil locais de votação nos dez departamentos (unidades político-administrativas) do país caribenho, dos quais 360 receberão atenção especial das tropas militares da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) por terem maior risco de apresentarem problemas no dia das eleições.

Além de garantir o patrulhamento das ruas e a segurança de alguns locais de votação, os capacetes azuis da ONU vão ajudar no transporte das urnas para os locais de votação. A Minustah também auxiliará no transporte das urnas, já com as cédulas, para os centros regionais eleitorais e para o centro de apuração geral dos votos, do conselho eleitoral haitiano.

A eleição haitiana é um pressuposto importante para resolver um problema crucial para o país: a formação de um governo que tome em suas mãos como tarefa principal a reconstrução nacional, incluindo a estruturação das instituições políticas e administrativas do país. E, mais importante do que tudo, resgate a soberania nacional, pondo fim na prática à imprópria conceituação de “Estado falido”, e terminando com a presença das tropas da Minustah, reivindicação presente nas manifestações populares recentemente realizadas.

O agravamento da crise social no Haiti, enquanto se prolonga a presença da Minustah no país é uma cabal demonstração da ineficácia de ”soluções” que se restringem ao aspecto militar. O país necessita de efetiva ajuda e ativa solidariedade internacional. E de exercer a plena soberania sobre seu destino.

Para o Brasil e outros países latino-americanos progressistas, que cederam tropas para organizar a Minustah, a presença militar no Haiti revela seus aspectos contraditórios. As tropas renovam sua presença a cada seis meses no país caribenho que corre o risco de transformação num protetorado militar.

Não se pode esquecer que o Mar do Caribe é considerado pelos Estados Unidos como uma espécie de”Mare Nostrum”, com presença permanente de sua frota de guerra e recorrentes ocupações militares ao longo da história.

Abrir uma negociação objetiva e com prazo definido entre o novo governo e a ONU para promover a retirada dos capacetes azuis é uma medida inadiável a ser tomada pelo futuro governo.

Da Redação, com informações da Agência Brasil