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Oposicionistas denunciam fraudes nas eleições haitianas

Ela detalhou que em vários locais as urnas já estavam "cheias" antes do início das votações e que os mesários dormiram no interior dos colégios eleitorais, o que não está previsto na lei eleitoral.

As eleições presidencial e legislativa foram encerradas na noite deste domingo (28) no Haiti em meio a protestos de milhares de haitianos, que saíram às ruas de Porto Príncipe exigindo a anulação do pleito por acusações de fraude.

Além disso, dos 18 candidatos à Presidência, 12 pediram a anulação das eleições por causa de supostas irregularidades e fraude. Eles também pediram a renúncia do presidente René Préval, alegando ter provas de que houve uma série de irregularidades ao longo da jornada eleitoral para favorecer o candidato governista, Jude Célestin.

Em entrevista coletiva, o Conselho Eleitoral Provisório do Haiti descartou a possibilidade de anular as eleições.

Os candidatos denunciaram, em declaração conjunta, "uma conspiração do governo e do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) para alterar as eleições em benefício do candidato do partido governista", Jude Célestin.

Eles fizeram esta declaração diante de partidários em um hotel de Porto Príncipe, depois de vários incidentes em locais de votação de várias cidades.

"Não se trata unicamente de fraude; é um verdadeiro escândalo, um verdadeiro sequestro das eleições", havia dito pouco antes o porta-voz da candidata Mirlande Manigat, Patrice Dumond. Manigat já tinha feito alusão ao risco de fraudes, dias antes das eleições.

As urnas foram fechadas oficialmente às 16h (19h em Brasília). Os cidadãos que já estavam na fila puderam continuar aguardando até votar.

Os protestos foram liderados pela candidata democrata-cristã Mirlande Manigat, favorita nas pesquisas, com 36% das intenções de votos.

Os responsáveis de centros de votação impediram os representantes de seu partido, o Reunião dos Democratas Nacionais Progressistas (RDNP) chegar ao interior dos locais de votação, segundo denúncias de Manigat.

Em declarações aos jornalistas, Manigat revelou que em algumas regiões os responsáveis pelos centros de votação perguntam aos eleitores em quem eles pretendiam votar. Se eles não declarassem votos no candidato governista, não os deixam entrar.

"É com este tipo de manobra que (Jude) Célestin quer ganhar eleição?", questionou a candidata, em referência ao aspirante governista à Presidência.

Ela pediu à população que não aceite o que está ocorrendo e "solicitou o confisco das urnas cheias". Convidou também os eleitores a continuarem com o exercício de seu direito de voto, mas "sem violência”. Ela afirmou que “a lei deve ser respeitada".

Com agências internacionais