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Comunistas discutem e aprovam ações para o fortalecimento da CTB

Aproveitando a reunião do Comitê Central do PCdoB, foi realizado na última sexta-feira, 26, encontro ampliado da Secretaria Sindical, com a presença de 26 quadros nacionais dos quais 14 são membros do CC. O foco dos debates foi o fortalecimento da CTB como uma central classista no país.

Mesa - reunião sindical

João Batista Lemos, secretário sindical do PCdoB, abriu os trabalhos. “Hoje a hegemonia do movimento sindical brasileiro é disputado pela CUT e Força Sindical, e por isso urge fortalecer a CTB”, disse. Conforme ressaltou, tal fortalecimento passa por três aspectos: político, orgânico e de consciência política.

Do ponto de vista político, o trabalho deve ser orientado pelo centro da luta tática dos comunistas em defesa do êxito do governo de Dilma Rousseff, reforçando, ao mesmo tempo, o papel do PCdoB. “Devemos fortalecer uma agenda mínima e unitária no país, a ser levada, com outras centrais, para a mobilização política de massas”, explicou o dirigente. Dentre os pontos mais relevantes da pauta estão a defesa da redução da jornada de trabalho, do aumento real do salário mínimo através de lei, do fim do fator previdenciário e das bandeiras do Grito da Terra.

Para Batista Lemos, é preciso “divulgar intensamente a agenda da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat)”. Além disso, colocou: “lutaremos também pela unicidade sindical, financiamento compulsório das entidades, estabilidade do dirigente sindical – na proporção do número de associados à entidade –, fim da concordância dos patrões para que sindicatos entrem com dissídio, organização por local de trabalho vinculada aos sindicatos e pelo fim das multas e interditos proibitórios”.

 
Batista: Devemos fortalecer uma agenda mínima e unitária no país  

Do ponto de vista orgânico, Batista Lemos indicou a necessidade de se ampliar o esforço de filiação à central, tanto por parte dos comunistas como dos demais membros da CTB. “As direções estaduais devem ser fortalecidas e precisamos ampliar as receitas da Central; hoje, muitas das entidades filiadas não pagam (a contribuição) em dia”, completou. Ele encerrou sua apresentação destacando a “importância estratégica de que a CTB invista ao máximo na formação política para a elevação da consciência dos trabalhadores da sua base”.

Dentre os presentes, foi quase unânime o quanto é fundamental e estratégico que as comissões sindicais estaduais assumam com firmeza o processo de filiações de entidades sindicais à Central, fortalecendo, ao mesmo tempo, essas direções estaduais e dando à entidade maior visibilidade através de mecanismos de propaganda e agitação de maneira que a CTB faça-se mais presente na vida política dos estados. “Uma das grandes conclusões é que todos os gastos feitos em comunicação e formação sindical devem ser encarados como investimentos e isso é estratégico para o crescimento e fortalecimento da Central”, ressaltou Batista Lemos.

Pascoal Carneiro, secretário-geral da CTB e da Secretaria Sindical do PCdoB, prestou informações sobre o quadro de filiações à Central, que já conta com 463 sindicatos devidamente regularizados junto ao Ministério do Trabalho; porém, já são mais de 770 as entidades vinculadas, segundo a secretaria geral da CTB. Carneiro estima que a central represente hoje 8,5% dos trabalhadores sindicalizados em todo o país, sendo a terceira nesse quesito.

Durante a reunião, foi também anunciada a convocação do 4º Encontro Nacional da Secretaria Sindical, precedido por encontros estaduais que podem chegar a, ao menos, 20 ao todo. A perspectiva é de que o evento aconteça no mês de abril, em Brasília, com a participação de 150 quadros sindicais e partidários. O encontro debaterá exclusivamente as concepções e práticas dos comunistas no movimento sindical brasileiro.

A mesa da reunião foi composta por Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB e Andreia Diniz, do Comitê Central, que auxiliou nos trabalhos. Foram chamados para compor os trabalhos Abgail Pereira, da direção nacional da CTB e recém-indicada para a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, além de Assis Mello, deputado eleito pelo PCdoB no mesmo estado. O professor Lejeune Mirhan, membro da Secretaria Sindical, auxiliou a reunião.

Encaminhamentos

No término da reunião, foram indicados os encaminhamentos para pôr em prática os objetivos debatidos:

1. Focar na mais ampla divulgação da agenda aprovada pela Conclat, valorização do trabalho, soberania nacional, democracia em defesa do projeto nacional, para disputar a agenda do governo;

2. Pelo fim do fator previdenciário, valorização do salário mínimo por lei e em defesa das bandeiras do Grito da Terra; pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário, pelo redirecionamento da política macroeconômica em defesa da moeda e da economia nacional, com câmbio desvalorizado e juros baixos;

3. Pautar as direções do PCdoB nos estados para aprofundar o trabalho na frente sindical, o que é estratégico para o nosso partido, e “vestir a camisa” da CTB, em especial os nossos deputados;

4. Defender a continuidade da independência da CTB dos partidos. Os comunistas dirigem a central através de seus militantes, pelas ideias e pelas suas propostas que são apresentadas à sua direção nacional;

5. Intensificar as filiações à Central de forma planejada e permanente; ganhar algumas eleições para ampliar as filiações, pois os espaços estão ocupados por outras centrais;

6. Resolver as contradições entre a direção nacional da Central e suas direções estaduais. É tarefa das comissões sindicais do partido fortalecer as direções estaduais da CTB;

7. Tomar como desafio dos comunistas e das comissões sindicais estaduais o reforço do pagamento dos sindicatos à Central, uma questão política;

8. Fazer funcionar a fração nacional dos comunistas na Central, que deve se reunir sempre um dia antes das reuniões plenas da direção nacional; garantir uma orientação mais coletiva para a direção da Central.

9. Ampliar ao máximo os investimentos em formação e propaganda para elevar o nível de consciência da classe trabalhadora e fazer com que a CTB se faça mais presente e com maior visibilidade na sociedade; tentar construir um sistema de comunicação e propaganda desde a direção nacional até os locais de trabalho;

10. Fortalecer o 1º de Maio unificado com outras centrais sindicais (em SP, já são cinco as centrais que convocam a manifestação do dia do trabalho de forma unificada). Os eventos do 1º de Maio nos estados devem ser precedidos de grandes jornadas estaduais de luta, debates e filmes educativos sobre a história do 1º de Maio;

11. Defender que a CTB organize uma agenda nacional para 2011 e que realize no segundo semestre um grande seminário nacional para discutir a organização sindical no Brasil;

12. Defender pelo menos duas grandes campanhas, pela Central, de reformas estruturais. Uma delas, a reforma agrária integral; a outra, a reforma educacional levando em conta a nova realidade da classe trabalhadora. Envolver o conjunto dos movimentos sociais, as forças democráticas e progressistas.



 

Da redação, com Secretaria Sindical do PCdoB