Alckmin inicia montagem de secretariado isolando serristas

Depois do aceno ao grupo serrista na primeira indicação de secretariado, há duas semanas, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) optou ontem por nomes de seu círculo de confiança para compor o governo. Dos três novos secretários anunciados, dois fazem parte de seu grupo próximo e o terceiro, seu vice, Guilherme Afif Domingos, é cota do DEM.

No auditório do escritório de transição, na Rua Boavista, Alckmin oficializou o engenheiro Jurandir Fernandes, seu ex-secretário de Transportes Metropolitanos, para reocupar a pasta a partir de 2011. Em seguida, anunciou que seu ex-titular da Segurança Pública, o procurador Saulo de Castro Abreu Filho, passará a ocupar a pasta de Transportes.

Em mais uma sinalização de que vai imprimir sua marca na nova gestão, Alckmin avisou que extinguirá a Secretaria de Ensino Superior – criada durante a gestão José Serra (PSDB) – e vai repassar suas atribuições à Secretaria de Desenvolvimento, que será tocada por Afif.

O tucano despistou sobre novos anúncios. "Tenho até 31 de dezembro", afirmou. Mas a expectativa é de que a partir de agora passe a acomodar nomes indicados pelos partidos aliados, que já apresentaram suas demandas em reuniões com a equipe de transição.

Jurandir era nome certo para a pasta de Transportes Metropolitanos, em substituição a José Luiz Portella, que não tem afinidade com o grupo alckmista. O novo secretário chegou a ser apontado por serristas como responsável pela cratera da linha 4 do metrô – o desabamento nas obras da Linha 4, em Pinheiros, que culminou com a morte de 7 pessoas, em janeiro de 2007.

Agora, espera concluir a linha, que continua inacabada, e enfrentar a crise da fraude na licitação da linha 5 para concluí-la.

Já o novo secretário de Transportes, Saulo Abreu, assume o posto sem nenhuma experiência na área. Sua única passagem por áreas de gestão foi quando criou a Corregedoria-Geral de Administração do Estado no governo Mário Covas, em 1995.

Entre alckmistas está claro que Castro precisará de uma forte equipe de engenheiros para balizar seu trabalho.

No caso de Afif, que assume pasta estratégica dentro do governo, está a perspectiva de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012, sucedendo a seu correligionário Gilberto Kassab (DEM). A secretaria de Desenvolvimento trará visibilidade ao cacique do DEM, que terá em mãos um dos principais projetos do governo Alckmin, o Via Rápida para o Emprego, que pretende expandir o ensino técnico profissionalizante no estado.

Com informações O Estado de S.Paulo