Sem categoria

Rússia vê Copa do Mundo como prova de confiança para mudar imagem

A Rússia comemora nesta quinta-feira (2) a escolha como país-sede da Copa do Mundo de 2018 e espera aproveitar a competição para melhorar a sua infraestrutura e mudar a sua imagem no cenário internacional. Reunidos em bares, os russos agitaram bandeiras e gritaram o nome do país na comemoração.

Orgulhoso com a decisão do Comitê Executivo da Fifa, o primeiro-ministro Vladimir Putin destacou que a Rússia merecia ser o primeiro país do Leste Europeu a sediar o Mundial. "A decisão da Fifa significa que confiam em nós", declarou Putin, após a vitória na disputa em que a Rússia superou Inglaterra e as candidaturas conjuntas de Espanha/Portugal e Bélgica/Holanda.

Leia também

Até o presidente Dmitriy Medvedev foi contagiado pelo clima de euforia. "Hurra! Vitória!", publicou no Twitter, rede de microblogs na internet. "Prometo que vocês nunca vão se arrepender, vamos fazer história juntos", disse Igor Shuvalov, vice-primeiro-ministro russo, que liderou a delegação do país na Suíça.

A Copa do Mundo de 2018 será o segundo evento esportivo de magnitude que a Rússia organizará em pouco tempo. Em 2014, a cidade de Socchi vai receber os Jogos Olímpicos de Inverno.

"A Rússia vive pelo futebol, a Rússia conhece o futebol e o nosso país tem os recursos para fazer uma grande Copa do Mundo de 2018", disse Putin. "A decisão está em consonância com a filosofia da Fifa de promover o desenvolvimento do futebol, especialmente em regiões onde é mais necessário", completou. Depois de conhecer o resultado, Putin viajou imediatamente à Suíça para agradecer aos membros do Comitê Executivo da Fifa.

Considerada favorita a sediar a Copa do Mundo de 2018, a Inglaterra foi eliminada logo na primeira rodada de votação. De acordo com as regras da Fifa, o país-sede do Mundial será decidido quando um concorrente tiver mais da metade dos votos. O concorrente que tiver menos votos é eliminada.

Assim, a Inglaterra caiu logo na primeira rodada ao receber apenas dois votos. A Rússia liderou o primeiro pleito com nove votos. A definição do país-sede da Copa do Mundo de 2018 veio logo na segunda rodada, quando a Rússia recebeu 13 dos 22 votos, derrotando as candidaturas conjuntas de Espanha e Portugal, com sete votos, e Bélgica e Holanda, com dois votos.

Copa 2022

Já Catar teve domínio completo da escolha da sede da Copa do Mundo de 2022 e quase venceu a disputa na primeira votação, quando recebeu 11 dos 22 votos. A Austrália foi o primeiro país eliminado, com apenas um voto. Na segunda rodada, o Japão caiu ao ter apenas dois votos. E o Catar voltou a liderar, com dez votos.

Na terceira rodada, o Catar ficou por um voto de vencer ao receber o apoio de 11 dos 22 membros do Comitê Executivo da Fifa. A Coreia do Sul, com cinco votos, foi eliminada. Na quarta e última rodada, o Catar venceu os Estados Unidos com 14 votos a oito e ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022.

O Catar é um pequeno país do Golfo Pérsico de apenas 1,7 milhão de habitantes. Na disputa para se tornar sede do Mundial, fez valer seu poder econômico, com reservas de petróleo e gás. O pequeno Estado árabe deve construir todos os seus estádios, salvo um já existente em Doha. Dos 12 que sediarão o Mundial, dez ficarão em um raio de 30 quilômetros.

Os estádios serão desmontados após o Mundial e doados a países em desenvolvimento com poucas instalações esportivas. "Ainda não escolhemos os países para levar os estádios. Vamos colaborar com a Fifa e com todas as federações", disse o presidente da candidatura, o xeque Mohamed Bin Hamad Al Thani.

"É o momento adequado para que o Mundial chegue ao Oriente Médio. Quero cumprimentar o emir do Catar por acreditar neste sonho. Obrigado à sua alteza por acreditar no nosso projeto. Era um projeto pouco convencional. Ninguém acreditava nele, mas, graças ao que fizeram, estamos aqui", disse o xeque.

Nos últimos anos, o Catar adquiriu certa experiência na organização de grandes eventos esportivos. Em 1995, sediou o Mundial Sub-20 e, em 2006, a 15ª edição dos Jogos Asiáticos, além do Mundial de Atletismo Indoor, em 2010. Com uma superfície de 11.400 quilômetros quadrados, o Qatar é o menor país do mundo a organizar um Mundial de futebol. O calor é um fator negativo, com temperaturas que podem chegar a 45 graus em junho e julho — meses nos quais se disputa o Mundial.

"Uma das coisas equivocadas que se disseram sobre nós é que faz muito calor. Houve vários torneios com climas semelhantes ao do Qatar. Foi difícil fazer ver que existia um erro nesta avaliação", destacou o xeque. Para lutar contra o calor, o comitê organizador destaca sua experiência em outros eventos e propõe estádios climatizados de nova geração, que funcionam com energia solar.

Da Redação, com agências