Acquário: Nenhuma família será removida, garante Governo

Em audiência pública solicitada pela vereadora Eliana Gomes (PCdoB), autoridades e população debateram os desafios e possibilidades com a instalação do projeto Acquário Ceará na comunidade do Poço da Draga. O debate ocorreu na tarde desta segunda-feira, 6 de dezembro, no auditório da Câmara Municipal de Fortaleza. O ponto principal discutido foi a preocupação dos moradores com a possibilidade de retirada de famílias do local.

Moradora da comunidade Poço da Draga há mais de 50 anos, Rocilda Lima Ferreira fala em nome dos moradores que querem saber se vão ter que sair da área devido a construção do Acquário do Ceará. “Não somos contra o progresso, o projeto do Acquário é bonito e rico, só queremos usufruir também dessa riqueza. No Poço da Draga não temos nem saneamento básico”, reivindica Rocilda.

O secretário adjunto de Turismo do Estado, Osterne Feitosa, garantiu que nenhuma família vai ser removida de suas casas por conta do empreendimento turístico, que será construído no antigo prédio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), este já está sendo demolido. O secretário explicou também que os 250 milhões de reais que vão ser investidos do Acquário, vêm de um banco de financiamento de exportação.

A engenheira responsável pela obra do Acquário, Olga Valéria, explicou as etapas de construção do empreendimento, e os benefícios que este trará para o Estado e o Município. Olga também pontuou que serão gerados 18 mil empregos diretos e indiretos, o que fez a plenária querer saber se a comunidade também poderá ser beneficiada por esses empregos. “Esses empregos são para pessoas de fora?”, indagou Elenilson Gomes, diretor da Federação de Bairros e Favelas.

Representantes de movimentos sociais, que atuam na comunidade, denunciaram que o Centro Comunitário já foi demolido, deixando duas famílias sem abrigo. Por outro lado, nem os representantes do governo nem os moradores souberam qual órgão foi o responsável pela demolição da entidade que funcionava em um prédio construído em 1906. Na ocasião da demolição, a família de D. Alzira Lima, de 67 anos, estava abrigada no prédio, pois havia acontecido um incêndio na sua casa.

“Vamos entrar em contato com a Coordenadoria dos Projetos Especiais da Prefeitura de Fortaleza para sabermos como foi essa demolição do prédio da associação de moradores. Não entendemos como podem deixar famílias sem teto”, explicou Eliana Gomes, revelando ainda que vai solicitar um encaminhamento para que o projeto seja apresentado aos residentes do Poço da Draga.

A parlamentar ressaltou também que é preciso avançar as discussões que envolvem a questão das Zeis. De acordo com ela, já foi solicitado que a Prefeitura “abra um canal de negociação” para que as zonas sejam regulamentadas e comecem a funcionar. “Como é possível discutir os projetos da Copa de 2014 se ainda não temos as Zeis e os planejamentos urbanos definidos. Os moradores devem se preocupar com o que acontece nas suas comunidades”, emendou a vereadora.

Para concluir, a vereadora Eliana Gomes informou que será criada uma comissão que terá a participação de membros da sociedade civil, do Município e do Estado para acompanhar as obras do projeto.

Entre os presentes na audiência, estavam a vereadora Toinha Rocha (PSOL); Daniel Rodrigues, representando o presidente do Habitafor; Maria Eugênia Tigre, representando a Secretaria Regional II e Regina Costa e Silva, representando o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Fonte: Assessoria de imprensa da vereadora Eliana Gomes (PCdoB)