Cabo veta usina de geração de energia no município
A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, vetou a instalação de uma usina de geração de energia por meio de resíduos no município. A usina seria a segunda etapa da destinação do lixo da cidade do Recife. A primeira etapa compreende a seleção dos resíduos numa área da mata do Engenho Uchoa, no Barro, Zona Oeste do Recife.
Publicado 10/12/2010 10:40 | Editado 04/03/2020 16:57
De acordo com a secretária de Meio Ambiente do Cabo, Berenice Andrade Lima, o principal fator que levou a prefeitura a negar o pedido de instalação foi a localização da usina, no Centro da cidade. “A área já está saturada, pois temos o comércio da cidade e residências, além do tráfego para o distrito industrial na margem da BR-101”, esclarece a secretária.
Segundo ela, o tráfego de caminhões que levariam os resíduos para a usina iria trazer mais complicações para a região. “Além disso, parte da população também se posicionou contra a instalação do empreendimento na cidade”, acrescenta Berenice. A assessoria de comunicação da Prefeitura do Cabo informou que não foi apresentado outro local para a instalação da usina porque a prefeitura é contra a ida do empreendimento para a cidade.
Uma das fundadoras e coordenadoras do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa, Luci Maranhão, recebeu a notícia com entusiasmo. “Foi uma grande vitória para todos que lidam com a preservação do meio ambiente. Se a prefeitura do Cabo entendeu que a usina seria prejudicial para a cidade, por que a Prefeitura do Recife também não se dá conta de que isso é um absurdo? Há outras alternativas para o tratamento do lixo que não seja a destruição de uma área de preservação”, observa.
A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) informou que o processo de licenciamento ambiental da Central de Tratamento e Destinação de Resíduos (CTDR) está em análise. O projeto foi apresentado durante uma audiência pública realizada no mês de julho deste ano. Em novembro do ano passado, a Câmara de Vereadores do Recife aprovou uma lei que altera o Código de Meio Ambiente da cidade e proíbe a instalação de empreendimentos de triagem, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos em Áreas de Preservação Ambiental (APAs). Atualmente, o lixo do Recife é levado para dois aterros sanitários privados localizados em Jaboatão dos Guararapes e Igarassu, na Região Metropolitana.
O gerente de engenharia do consórcio Recife Energia, Paulo Pontual, responsável pela instalação das usinas no Recife e no Cabo, informou que o empreendimento não irá gerar transtornos ambientais para a cidade. “O processo é completamente limpo. Os resíduos serão armazenados em um galpão e a fumaça da incineração será menos poluente que a queima de diesel feita pelos carros”, explicou o engenheiro.
Segundo ele, o interesse do consórcio em instalar a usina no Cabo de Santo Agostinho é direcionar o gás proveniente da queima dos resíduos nas indústrias. Agora, o consórcio busca uma nova área também num distrito industrial. Os locais mais cotados são Suape, o bairro do Curado ou no distrito industrial que será criado em São Lourenço da Mata.
Fonte: Jornal do Comercio