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Berlusconi vence moção de confiança em meio a protestos

O premiê italiano conseguiu uma apertada vitória nesta terça-feira (14) na Câmara dos Deputados, ao vencer por três votos uma moção de confiança a seu governo, votada anteriormente no Senado e aprovada por 162 dos 302 senadores. No entanto, a vitória não garante a governabilidade do primeiro-ministro, que deverá consultar o presidente da república, Giorgio Napolitano, nos próximos dias, para que ele decida se serão convocadas eleições antecipadas.

A todo o momento suspeitas de que deputados haviam recebido suborno para votar a favor da moção circularam pela Câmara e culminaram em luta física entre alguns dos políticos ao final da sessão, conforme informou o jornal italiano La Reppublica.

Segundo a emissora de televisão RAI News, a votação desta tarde foi decidida por três deputados que mudaram de posição durante esta semana. Eles estavam na oposição, mas acabaram votando pela confiança no governo. Em declarações à TV, o parlamentar Nicchi Vendola disse que "esses votos não bastam".

"Vá embora, primeiro-ministro! Vá para as Bahamas", afirmou Antonio Di Pietro, líder do partido de esquerda Itália dos Valores, antes da votação. "Berlusconi está no fim da linha", disse, ao apontar o suposto suborno dado a outros colegas.

Recentes escândalos protagonizados pelo primeiro-ministro italiano provocaram a perda de apoio de seu ex-aliado próximo Gianfranco Fini, do partido Futuro e Liberdade para a Itália, o que deixou o governo sem maioria absoluta na Câmara.

O alto índice de desemprego, a reforma na educação, cortes de gastos públicos e uma crise sobre a coleta de lixo em Nápoles contribuíram também para a retirada do apoio a Berlusconi.

O dia de votação no Senado e na Câmara foi marcado por protestos em diversas partes da Itália. Na capital, Roma, 100 mil pessoas protestaram, segundo os organizadores, em sua maioria estudantes, mas também desempregados, trabalhadores insatisfeitos e moradores de L'Aquila, a cidade que foi destruída pelo terremoto de abril 2009. Houve confrontos com a polícia e um manifestante ficou ferido, segundo a RAI News.

Em Palermo, na Sicília, mais de 500 estudantes bloquearam por alguns instantes o aeroporto ao ocupar a pista de aterrissagem e exibir um cartaz onde se podia ler: "Vamos bloquear tudo, vão todos embora". Outros estudantes tomaram estações ferroviárias interrompendo o tráfego dos trens, antes de se dirigirem para o porto.

Da redação, com informações do Opera Mundi