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Bolivianos aplaudem decisão de Evo Morales sobre combustíveis

A revogação do Decreto Supremo 748, que nivelava o preço dos combustíveis na Bolívia com o de outros países latino-americanos, foi recebida com grande satisfação pelo povo boliviano e fez crescer o respeito pelo presidente Evo Morales, revelou uma enquete realizada pela Agência Boliviana de Informação.


O jornal Câmbio, diário estatal, divulga também o testemunho de um taxista, José Araujo, para quem a decisão de Morales "foi sábia e revelou um verdadeiro estadista, que governa escutando a voz do povo”. Um comportamento democrático que contrasta, por exemplo, com o de líderes europeus, inclusive social-democratas, que impõe medidas antipopulares sem consultar a vontade popular e a despeito da forte oposição da classe trabalhadora.

Triunfo

Em vez de sentir sua determinação, de revogar o aumento dos combustíveis, como uma derrota “deve considerá-la um triunfo porque foi sensível ao coração e à alma de todos os bolivianos”, afirmou o motorista.

A vendedora do mercado Camacho, Lucía Quispe, opinou que o povo “estava ofendido e preocupado com a alta do preço dos combustíveis, porém agora retornou à normalidade em função da decisão tomada por nosso presidente”.

As pessoas “andavam nervosas desde o domingo porque não havia bolso que suportaria a elevação do custo dos alimentos, do transporte e outros”, assinalou Quispe. “Ainda bem que o presidente Evo nos escutou, por isto é nosso presidente”, assinalou.

Normalidade

A normalidade retornou às ruas das principais cidades do país depois que o presidente anunciou a revogação do aumento do preço dos combustíveis, que causou forte comoção popular e foi instrumentalizado pela direita com o objetivo de desestabilizar o governo progressista. Embora teoricamente justa e necessária para impedir a sangria da economia boliviana, a elevação dos preços dos combustíveis, estimada em 80%, teria um forte impacto sobre o custo de vida no país.

O ano começou com o retorno das tarifas de transporte ao nível anterior e com a redução da especulação no comércio e mercados de abastecimento de alimentos, desencadeada a pretexto da alta dos combustíveis.

Subsídio

O litro da gasolina voltou a valer 3,74 bolivianos e o diesel 3,72, ambos a pouco mais de 50 centavos dólar, cerca de quatro vezes menos que no Brasil, o que implica um expressivo e custoso subsídio. O valor artificial é aproveitado por pessoas de outros países que fazem fronteira com a Bolívia, inclusive brasileiros, o que incentiva o contrabando e resulta em apreciável prejuízo para os cofres públicos do país.

Para 2011, o governo anunciou investimentos milionários no setor petrolífero, tanto estatal como de consórcios em sociedade com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos.

Fonte: Pensa Latina