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BC anuncia medida para combater especulação com o câmbio

As instituições financeiras terão que recolher ao Banco Central (BC) 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência do banco. A medida tem o objetivo de ajudar a conter a queda do dólar.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (6), o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que com a mudança, a tendência é que a cotação do dólar aumente. “A princípio [a medida] vai gerar alguma demanda por dólar, o que tende a fazer com que a cotação suba”, disse hoje (6) em entrevista coletiva.

Esse depósito compulsório — recursos que os bancos são obrigados a depositar no BC — será recolhido em espécie e não será remunerado. Segundo BC, as instituições terão 90 dias para se adequar à nova regra.

“Com a medida, o Banco Central visa a melhorar o funcionamento do mercado de câmbio à vista e reduzir as posições vendidas do sistema que em dezembro de 2010 alcançaram o valor de US$ 16,8 bilhões”, diz nota divulgada pelo BC.

Nesta quarta-feira (5) a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,675, com avanço de 0,66% sobre o dia anterior.

Para tentar segurar a alta em 2010, o Banco Central comprou US$ 41,4 bilhões no mercado de câmbio. Em 2009, foram US$ 24 bilhões. As intervenções superam o valor que entrou no país no período por meio de operações financeiras e comerciais, de US$ 24,3 bilhões. Nesse mesmo período, a taxa cambial passou de R$ 1,74 para R$ 1,66.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que o governo brasileiro não irá "medir esforços" para evitar o derretimento do dólar ante o real. A perda de valor da moeda norte-americana, ressaltou na ocasião, acontece em todo o mundo, e não apenas no Brasil, em decorrência dos sinais mais positivos da economia dos Estados Unidos.

O titular da pasta afirmou ainda que o governo fará um forte ajuste fiscal no início deste ano, reduzindo bastante a demanda do governo. De acordo com o ministro, com gastos estatais menores, reduzem as pressões inflacionárias e facilita o trabalho da política monetária, coordenada pelo Banco Central, que poderá gradualmente reduzir os juros.

Com informações das agências
Atualizado às 10h25