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Coreia do Norte lança nota pela paz, mas Seul rejeita proposta

Em mais uma atitude que busca a conciliação e a paz entre os povos, governo, partidos e organizações da Coreia do Norte se unificaram para lançar uma nota, na última quarta-feira (5), com propostas para o apaziguamento das tensões entre este país e a Coreia do Sul. O governo da Coreia do Sul, entretanto, mantém-se intransigente. Para demonstrar a firmeza do seu propósito de paz, a Coreia do Norte baixou o seu alerta militar na sexta-feira (7).

A nota traz quatro propostas no âmbito do diálogo pacífico entre as nações para alcançar os melhores termos de paz. Entre as propostas, está a de que as autoridades dos dois países estabeleçam uma mesa de diálogo imediatamente, sem que se coloquem condicionantes para tal.

Uma outra proposta é na verdade uma declaração de que a Coreia do Norte está disposta a conversar com todos os sul-coreanos que se disponham a discutir a melhor forma de chegar à paz: "conversaremos e negociaremos ativamente com as autoridades, os partidos políticos e entidades no Sul, sejam autoridades ou civis, o partido do governo ou da oposição, liberais ou conservadores", diz a nota.

O governo da Coreia do Sul, entretanto, rejeitou a proposta da Coreia do Norte de retomar incondicionalmente as conversações de paz, disse o porta-voz do Ministério de Assuntos exteriores desse país, Kim Yong-sun.

A Coreia do Norte, insisitindo no diálogo, baixou, nesta sexta-feira (7), o nível do seu alerta militar, tendo desencadeado uma atitude semelhante por parte dos exércitos sul-coreano e norte-americano, acalmando assim a tensão na península coreana.

Confira a íntegra do comunicado emitido pela Coreia do Norte:

"Publicado importante: proposta da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) para melhorar as relações Norte-Sul

O governo, partidos políticos e entidades da República Popular da Coreia convocaram reunião conjunta para debater a grave situação dada na península coreana e as relações inter-coreanas.

Nesta ocasião, foram discutidos os principais problemas para superar as dificuldades atuais e abrir nova fase de paz e reunificação. Como resultado, foi publicada no dia 5 de janeiro uma declaração conjunta.

Através desta nota, com base na decisão patriótica de promover o lançamento da nova década de reunificação independente, paz e prosperidade de acordo com a vontade de todos os cidadãos; governo, partidos políticos e organizações na RPDC propuseram às autoridades, aos partidos políticos e às organizações da Coreia do Sul os seguintes pontos:

1. Propomos cordialmente sustentar o diálogo e as negociações com os partidos políticos e organizações do Sul, incluindo autoridades sul-coreanas.

Com enfrentamento não se pode resolver jamais o problema das relações inter-coreanas, mas apenas chegar a conflitos e guerras. Esta é a conclusão tirada a partir dos últimos três anos.

Para resolver as relações inter-coreanas, em seu estado mais crítico, conversaremos e negociaremos ativamente com as autoridades, os partidos políticos e entidades no Sul, sejam autoridades ou civis, o partido do governo ou da oposição, liberais ou conservadores.

Em particular, insistimos em iniciar, pronta e incondicionalmente, as conversações entre as autoridades que têm o poder e as responsabilidades.

2. Estamos prontos para nos reunir, quando e onde quiserem, com os que desejem apertar as mãos com a RPDC, sem questionar sua origem.

Para a grande causa da nação, vale mais o presente do que o passado e importa mais o futuro do que o presente.

Quando toda a nação unir as suas vozes e mobilizar a sua inteligência e forças, será eliminado o perigo de guerra e estará adiantado o dia da reunificação, da paz e da prosperidade.

3. Discutirmos e resolvermos todas as questões importantes para a nação, incluindo o abrandamento das tensões, a paz, a reconciliação, a unidade e a cooperação, nos diálogos, negociações e contatos.

O Norte e o Sul da Coreia devem ter uma postura honesta nestes debates, relegando os interesses, estratégias e doutrinas faccionistas e trabalhar ativamente para buscar o máximo possível os pontos de consenso.

4. De imediato, propomos que ambas as partes cessem a difamação mútua e não incorram em ações que provoquem contrapartida, a fim de criar ambiente favorável para a melhoria das relações Norte-Sul.

Em meio a troca de difamações, calúnias e ações provocativas, não se pode sustentar o diálogo, nem as negociações, nem discutir bem a agenda, ainda que os países se sentem à mesa de diálogo.

Instamos a não cometer, a partir de agora, todas as calúnias e ações provocativas que aprofundam os mal-entendidos e a desconfiança, e fomentaram o confronto e a hostilidade entre o Norte e o Sul.

A nossa posição mantém-se inalterada, de melhorar as relações inter-coreanas, promover a reconciliação e a unidade da nação e abrir a fase transcendental da paz e da reunificação da península coreana através do diálogo e das negociações.

O governo, partidos políticos e organizações da RPDC manifestam a esperança de que a sua proposta e chamamento para superar a crise dada na península coreana e nas relações Norte-Sul obtenham a resposta ativa dasautoridades, partidos políticos e entidades da Coreia do Sul, e sejam aprovados e apoiados por todos os coreanos, dentro e fora do país, os governos, os partidos políticos, as organizações de todos os países do mundo, as organizações internacionais e os povos progressistas que amam a justiça, a verdade e a paz".

Da redação, Luana Bonone