Jean Leutprecht descarta reeleição a vereador em 2012

Os 22 mil votos na cidade não foram suficientes para eleger Jean Leutprecht (PC do B) deputado federal este ano. No entanto, o vereador é o novo vice-presidente da Câmara e comemora o desempenho político de 2010.

Jean Leutprecht - Piero Ragazzi

O comunista descarta a reeleição em 2012, admite que pode participar da cabeça da chapa, saindo como candidato a prefeito ou a vice, mas não esconde o desejo de ampliar a base eleitoral. Leutprecht quer fazer parte de uma coligação forte nas eleições municipais e ser candidato a deputado estadual em 2014.

O Correio do Povo: Até o início do mês passado, o nome do vereador era cotado para ser secretário da Câmara. Como foram as negociações que resultaram na eleição de vice-presidente?

Jean Leutprecht: Sim. O meu nome aparecia para compor a Mesa Diretora em 2011. Nós sabíamos das tentativas do governo e por isso tratamos de fazer várias reuniões para manter o acordo do G-6. A indicação para vice-presidência veio uma semana antes da eleição. Conversei algumas vezes com o PMDB, a direção do partido e dos dois vereadores.

O G-6 não ficou com toda a Mesa Diretora, mas estamos com a presidência e a vice.

Correio: O que um vice-presidente pode contribuir com a Mesa Diretora, além de substituir o presidente?

Jean: Inicialmente, dar respaldo às ações da presidência. Acredito que o Jaime Negherbon (PMDB) fará uma gestão democrática, sempre conversando com a Mesa Diretora antes de tomar as decisões. Eu já estive no cargo dele e posso contribuir com a experiência administrativa que adquiri.

A Mesa Diretora terá projetos grandes para cuidar em 2011. Além da questão da sede e do concurso público, temos que tratar do número de vereadores, já que podemos ampliar para 19 na próxima legislatura.

OCP: Neste ano, o vereador atuou fortemente na oposição, com diversas críticas ao Executivo. O cargo de vice-presidente muda a linha de atuação?

JL: Não muda. O presidente da Casa precisa agir diferente, trabalhar com todas as alas, com neutralidade. Foi o que fiz em 2009. Agora, como vice, vou continuar o trabalho que venho fazendo. O que é bom para a cidade nós aprovamos, o que estiver de errado nós vamos denunciar, criticar e sugerir mudanças.

Adianto, por exemplo, que vou continuar lutando pela reforma do ginásio Arthur Mueller, um assunto que não foi concluído em 2010.

Correio: Como o vereador analisa as mudanças no Legislativo esse ano, com a ampliação da base aliada, culminando com a participação na Mesa Diretora?

Jean: O G-8 era um acordo para a Mesa Diretora apenas, mas no primeiro ano funcionou como bloco de oposição. Inclusive, os vereadores que hoje são da base, faziam diversas críticas, até pesadas, à administração.

Não sei se o desenho do final de 2010 vai permanecer ano que vem. As eleições municipais se aproximam e as composições partidárias podem influenciar na atuação dos vereadores. A população começa agora, a ver quem é quem na Câmara, e associa com seus candidatos à Prefeitura.

Correio: Para 2012, qual o melhor destino para o PC do B? O partido planeja candidatura própria?

Jean: O partido já definiu que irá participar de um projeto de mudança à atual administração. Para isso, conversamos com vários partidos como PMDB, PSB, PT, PP e alguns do PSDB. O cenário ainda está muito aberto, mas queremos montar uma coligação forte.

Correio: Jean Leutprecht pode ser candidato a prefeito?

Jean: Não temos nada definido. O meu nome saiu fortalecido da eleição para deputado, foram 22 mil votos na cidade. Mas isso não é algo para ser decidido agora. Eu posso sair na cabeça da chapa, como vice, ou apenas apoiar a coligação.

Correio: Ou ser candidato à reeleição?

Jean: Não devo tentar a reeleição para vereador. Os planos agora são outros. Estamos num trabalho de base para fortalecer novas lideranças no partido. Quero apoiar eles para chegarem à Câmara em 2013. Serão 19 vagas e o PC do B espera ter dois representantes.

Correio: Se não se candidatar a nada em 2012, os planos se voltam para 2014?

Jean: Sim. O PC do B vive um bom momento no Estado, com a eleição de Angela Albino para Assembléia Legislativa. Quero trabalhar regionalmente e posso ser candidato a deputado estadual em 2014.

Correio: O senhor concorda com algumas lideranças da cidade, que defendem um “frentão” de oposição em 2012?

Jean: Não sei se ficarão apenas dois candidatos nas próximas eleições. Acredito que serão três ou até mesmo, quatro concorrentes. Mas tenho convicção que haverá mudanças, tanto no Executivo quanto no Legislativo.

fonte: jornal O Correio do Povo – edição online